14 de agosto de 2023

PERDIDO NUMA FAZENDA PROVINCIANA…

PERDIDO NUMA FAZENDA PROVINCIANA...
Sérgio Barbosa

 

 

“Pro que aguardas as coisas com impaciência? Se elas são inúteis para tua vida, inútil também é aguardá-las. Se são necessárias, elas virão e hão de vir a tempo”.  (Amado Nervo)

 

Sérgio Barbosa (*)

 

Era uma vez, num outro tempo, um rico proprietário de terras, também, possuía outras empresas afins aos seus negócios, o dono destes bens, casou-se e teve filhos e filhas com a sua mulher primeira como eram as coisas nos bons e velhos tempos…

A família seguiu o seu caminho da melhor forma possível, afinal de contas, dono de terras na área provinciana, ainda mais naquele tempo, era sinônimo de poder e “status quo” para os abastados fazendeiros…

O tempo passou, não muito rápido, porém, os filhos, herdeiros deste rico fazendeiro, cresceram na sombra do poder sobre o poder em busca do crescimento empresarial para um futuro de acordo com os objetivos da família…

Como sempre, nem todos os filhos acabam tocando o apito do pai nesta correria pela busca do sucesso em ritmo de província, mas, ainda bem que os outros filhos correram atrás do lucro e não do prejuízo como afirma o dito mais do que popular…

De “pito para o apito”, um dos filhos cresceu a sombra de uma praça e seguiu o seu caminho, claro, de acordo com a sua criação provinciana, não se podia acreditar muito neste filho, afinal de contas, os outros estavam de acordo com o apito do pai que investiu o patrimônio em nome da família como reza a tradição dos grandes fazendeiros de outrora, quando tudo era apenas uma questão de cabeça de gado e nada mais…

Afirma um dos provincianos, que muitos moradores, continuam com “mente bovina” por estes lados, portanto, é importante tomar muito cuidado, caso contrário, pode se encontrar com uma boiada numa esquina qualquer, com as porteiras abertas da fazenda, tudo pode acontecer para um ou mais lados em busca do poder meio institucionalizado pelo voto popular em ritmo de minoria democrática…

No mais, o tempo passou e o tal filho cresceu em ritmo lento, enquanto os demais buscaram um lugar ao sol como dizia o sábio pai para a família, mas, afirma, também, outro dito popular, “nem todos os dedos da mão são iguais”, todavia, dizem que a “união faz a força”, assim, enquanto os irmãos trabalhavam, o outro, ficava a ver navios numa praia sem mar ou água doce de um rio sem peixe…

Mas, quisera o destino que este filho fosse picado pela mosca do poder, neste caso, com apoio dos demais interessados no poder pelo poder, deixou as coisas na fazenda e saiu em busca de uma verdade sem critério para um desencontro a mais com o outro lado, talvez, uma busca pela síndrome de uma “catarse” das respostas para uma falência do lado familiar, quando as pessoas, busca apenas estar e se esquecem de ser…

Além do mais, fora deste cenário provinciano, pode-se vagar pelas madrugadas sem fim de uma cidade que dorme, enquanto, alguns veículos rodam com os vidros escuros fechados para disfarçar o predador provinciano…

De que vale se preocupar com o outro poder, quando, não se pode dar conta do compromisso assumido com o seu lado, também, conduzir boiada é uma coisa, outra coisa é comandar pessoas, a não ser que tudo seja como cantou o grande maestro da MPB, “Zé Ramalho” na sua obra magistral do outro tempo, a saber: “Admirável Gado Novo”…

QUEM SOBREVIVER VAI SABER…

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(*) Jornalista profissional diplomado.

e-mail: [email protected]

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