16 de maio de 2021

História, Museu Nacional e Incêndio!”(*)

História, Museu Nacional e Incêndio!”(*)

Lays Fernanda Pereira da Silva (**)[email protected]

 

O já esquecido por todos, o Museu Nacional do Rio de Janeiro, teve um incêndio devastador na noite de 2 de setembro de 2018. Nele abrigavam aproximadamente 20 milhões de peças únicas que variam entre geologia – meteoritos, rochas e minérios, a paleontologia – fósseis de animais e plantas, a antropologia biológica – esqueletos do processo evolutivo do ser humano, arqueologia que ia do antigo Egito, as culturas do Mediterrâneo até a América pré-colombiana, e a etnologia – material cultural de determinado povo, sendo o museu conhecido pela sua ampla coleção de etnologia indígena.

 

Seu incêndio repercutiu pelo país todo, o que fez os podres aparecerem, o motivo de este terrível acidente ter acontecido foi uma falta de verba do governo brasileiro, que nos custou décadas de história cultural de nosso país.

 

Após essa noite horripilante, o governo começou a ser cobrado por sua falta de responsabilidade com seu legado histórico e então coincidentemente, em 11 de janeiro de 2019, o Museu Paraense Emílio Goeldi – Um dos mais antigos do país teve um investimento do governo de aproximadamente R$2.4 milhões para uma obra no centro de exposições.

 

Isso deu esperanças a muitos, que finalmente os museus teriam sua visibilidade, importância e principalmente um apoio financeiro de verdade.

 

Mas como nada na vida é perfeito, em janeiro de 2021 o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), reclamou da diminuição da verba vinda do governo, pois mesmo em meio a uma pandemia os museus necessitam não só de manutenção como de auxílios para se mantiver de forma virtual.

 

Citando ainda, que muitos postos de trabalho foram dispensados pela quarentena, e que quando a pandemia do novo coronavírus passar eles não terão condições de contratar novamente esses funcionários.

 

Esse corte de verba afetaram museus de diversos locais, por exemplo, os de São Paulo, como o Museu Lasar Segall, os do Rio de Janeiro que são o Palácio do Catete, Museu Histórico Nacional,  Museu Imperial, Museu Nacional de Belas Artes e até os de Minas Gerais: Museu da Inconfidência, Museus do Ouro, do Diamante e Casa dos Ottoni.

 

Alguns sofreram cortes brutos em quase 50% de sua renda, o Museu Chácara do Céu que o diga, seu orçamento de R$3.8 milhões em 2019 passou a ser R$1.7 milhão/2020. Outros ainda não tiveram tantas perdas, como os de Minas em geral, que de R$6.1 milhões foram para R$5.2 milhões.

 

Independente do valor que lhe foi cortado, todos esses museus foram e estão sendo gravemente afetado pela monstruosa falta de verba, o que relembra o assunto principal dessa notícia, o incêndio do Museu Nacional em 2018 e como ele foi esquecido.

 

Aquele mesmo museu que infelizmente custou muito legado de história teve momentos idênticos ao que está ocorrendo com os museus em 2021 e mesmo assim você provavelmente não verá uma notícia sobre isso em uma capa de um jornal famoso, o motivo é mais do que óbvio, os museus brasileiros somente terão visibilidade e só será interessante aos olhos das pessoas quando outro acidente terrível ocorrer.

 

Pode ser hoje, amanhã ou no fim dessa pandemia que as faíscas ignoradas em setembro de 2018, voltem para, novamente, causar um novo desastre histórico.

 

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(*) Trabalho apresentado na Disciplina de “Introdução ao Jornalismo” do Curso de Publicidade & Propaganda da UNIFAI.

(**) Acadêmica do I termo do Curso de P&P da UNIFAI.

 

 

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