18 de março de 2021

Golpe da lista telefônica faz vítima em Adamantina: saiba mais e veja como não cair no esquema

Golpe da lista telefônica faz vítima em Adamantina: saiba mais e veja como não cair no esquema
Empresas são levadas a aceitar atualização de dados de lista telefônica, quando então caem no golpe.

Uma empresa foi vítima do golpe da lista telefônica, em Adamantina, e outras pessoas e estabelecimentos também podem ter caído no esquema, que simula uma atualização de dados para uma lista telefônica. A modalidade de golpe acontece em diversas cidades brasileiras e reaparece de tempos em tempos, aperfeiçoada, fazendo novas vítimas.

 

A ocorrência do golpe, em Adamantina, foi contada ao SIGA MAIS por uma internauta, semana passada, onde um morador local foi lesado em R$ 1 mil, sem considerar ainda o constrangimento pessoal por ter sido enganado. O contato que narrou o ocorrido disse sobre uma outra abordagem na cidade, pelos golpistas, porém o esquema não se concretizou.

 

Essa modalidade de golpe, e um alerta aos empresários, foram publicados pelo Procon de Frutal (MG). Segundo a publicação, os empresários recebem uma ligação telefônica por parte de “Editoras de Listas Telefônicas” ou empresas de publicidade, pedindo para atualizar os dados cadastrais com o intuito de renovar, sem custos, contrato de divulgação gratuita no site ou publicação em lista telefônica. “Geralmente a ligação é atendida por um funcionário da empresa e os golpistas argumentam que, por se tratar de um serviço sem custos, o funcionário mesmo pode autorizar, ou é induzido a se qualificar como gerente da empresa e assinar”, explica o órgão de defesa do consumidor mineiro.

 

Em seguida, os golpistas enviam um documento por e-mail pedindo para o funcionário ou o empresário assinar, carimbar e devolver. O documento destaca os dados da empresa, mas, logo abaixo, em letras bem pequenas, aparece o valor do contrato, que geralmente é dividido em 12 parcelas de alto valor. “Os golpistas miram no valor da multa que será cobrada quando a empresa for cancelar o contrato”, alerta o Procon de Frutal.

 

De uma maneira geral, há empresas que não reconhecem o golpe e fazem os pagamentos. E há quem identifica o estelionato e se recusa a pagar. Diante dos não pagamentos – segundo o órgão –, alguns golpistas chegam a ligar para as vítimas dizendo ser do Cartório de Protesto ou um escritório de advocacia, cobrando o pagamento do título, sob pena de protestá-lo.

 

Golpistas se aproveitam da alta incidência de serviços remotos na pandemia

Sobre o tema, o SIGA MAIS consultou a investigadora de polícia Barbara Alencar Machado Camapum, que integra a equipe da Central de Polícia Judiciária de Presidente Prudente. Há mais de seis anos atuando no combate aos crimes de estelionato, ela desenvolveu a cartilha “Golpe? Tô fora!”, contendo informações e orientações para a população (abaixo, mais informações sobre a cartilha).

 

A policial especialista no tema explicou que essa modalidade de golpe ocorre há mais de dez anos, cujo modo de operação foi aperfeiçoado pelos bandidos. “Os criminosos têm tempo para ficar estudando o golpe, melhorando e evoluindo. Eles simulam uma estrutura de call center onde se apresentam como se fossem de fato profissionais de atendimento e realizam o contato telefônico com as empresas”, explica.

 

Feito o contato, a etapa seguinte é a o envio de um e-mail, onde os golpistas buscam o aceite do que foi tratado pelo telefone. “Geralmente é enviado um contrato. E nas letras miúdas estão previstas as cláusulas de cobrança, de valor alto e em parcelas. O funcionário é levado a confirmar e dar o aceite, devolvendo em seguida o documento assinado”, diz.

Bárbara destaca que muitas dessas situações, de assinatura e devolução de documentos, ocorre sem a leitura detalhada dos termos. No caso do golpe, o representante da empresa que recebeu o telefonema acredita que os termos do documento são aqueles ajustados por telefone. “Muitos, na correria, assinam sem uma leitura detalhada, acreditam no que foi pactuado e não desconfiam que estão conversando com um criminoso”, continua.

 

A policial faz outra observação de alerta. Ela menciona que há muitas informações pessoais e de empresas disponíveis em bancos de dados, e muitos desses arquivos são comercializados ilegalmente, se tornando assim referência de informações para a abordagem à distância, pelos golpistas. “Com os dados pessoais ou da empresa, uma mente criminosa consegue fazer diversas maldades”, relata. E diante da quarentena da Covid-19, com grande parte dos serviços operando remotamente, o cenário de oportunidades, para os golpistas, se ampliou. “Na pandemia, com muitos serviços à distância, remotamente, os criminosos encontraram um campo gigantesco de golpe”, alerta.

 

Característica dos golpistas e orientações

Outro ponto destacado pela policial envolve a apresentação pessoal do golpista e sua abordagem. Ele não tem o estereótipo de um criminoso. “É uma pesos abem vestida, com boa aparência, conversa bem, é inteligente. Esse é o criminoso do estelionato”, ilustra.

 

A título de orientação, Bárbara organizou duas dicas. A primeira delas é jamais fornecer ou confirmar dados pessoais, bancários e outras informações pela internet ou telefone. “A gente não sabe quem está do outro lado da linha. Temos que confiar desconfiando”, disse. Pessoalmente, a partir da sua experiência e tudo que vivencia nesse ambiente, ela se põe bastante cautelosa. “Trabalho com esse tipo de delito e já não tenho a boa-fé que o cidadão comum tem. Toda vez que vou fornecer um dado pessoal fico com muito receio”, relata.

 

A segunda orientação é jamais assinar qualquer documento sem uma leitura detalhada. “Leia tudo o que você vai assinar”, diz taxativamente. “Dá para discutir na justiça, buscar ressarcimento e correr atrás, mas isso dá uma dor de cabeça tremenda. A melhor coisa é não cair no golpe. Prevenção é a melhor solução para o estelionato”, completa.

 

Baixe a cartilha “Golpe? Tô fora”

Para saber mais sobre golpes e, sobretudo, ter orientações seguras, o SIGA MAIS recomenda o aplicativo da cartilha “Golpe? Tô fora”, que pode ser baixado no smartphone. Basta que o interessado tenha em seu aparelho celular um leitor de QR-code e aponte para imagem abaixo, ou então pode realizar a busca na loja virtual.

 

O objetivo do aplicativo é permitir que a população esteja mais familiarizada com os golpes que estão surgindo, tais como “familiares que ligam pedindo ajuda por estar com veículo quebrado”, “filhos sequestrados”, “golpe de cartões bancários”, “falso namorado”, “falso site”, dentre outros.

 

Além dos tipos de golpes, o aplicativo apresenta ainda orientações para onde ligar caso perceba que alguém está querendo aplicar o golpe, assim como caso a vítima tenha caído no golpe, quais providencias devem ser tomadas.

 

Fonte: Siga Mais

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