20 de abril de 2023

Seu emprego vai ser substituído pelo ChatGPT? Especialistas explicam

Seu emprego vai ser substituído pelo ChatGPT? Especialistas explicam

O ChatGPT já impacta o mercado de trabalho, não só no Brasil. Notícias dão conta de que certas profissões utilizam a ferramenta no dia a dia. Porém, nesse contexto, surge a preocupação de que a inteligência artificial (IA) pode substituir e automatizar postos de trabalho.

Os especialistas ouvidos pelo R7 foram unânimes ao afirmar que as profissões manuais com rotinas repetitivas serão substituídas. Um exemplo são os contadores e os auditores financeiros.

“A primeira que eu citaria seria auditoria, a função do auditor, que segue uma cartilha (de trabalho)”, disse Alexandre Trinhain, engenheiro especialista em propriedade intelectual.

Ele também opina que os seguintes cargos serão substituídos pela inteligência artificial: o jornalista “corriqueiro, com baixo nível investigativo”, o matemático, o engenheiro que atua com dimensionamento de obras, o redator de patente e o tradutor.

O próprio ChatGPT tem “visão” semelhante. Isso porque, quando questionado, a ferramenta listou 10 profissões com “trabalho repetitivo ou corriqueiro”, nas palavras do próprio robô, que serão substituídas pela IA. São elas:

1. Operadores de telemarketing e atendimento ao cliente
2. Motoristas de caminhão e entregadores
3. Caixas de supermercado e atendentes de lojas
4. Escriturários e assistentes administrativos
5. Advogados e outros profissionais jurídicos
6. Contadores e auditores
7. Analistas de dados e estatísticos
8. Profissionais de marketing e publicidade
9. Jornalistas e escritores
10. Profissionais de recursos humanos

Por sua vez, Ricardo Kahn, consultor em inovação, tem ressalvas. Para ele, os postos citados pelo ChatGPT já foram citados no passado como cargos ameaçados pela tecnologia. Porém, eles continuam existindo.

“A verdade é que a gente não sabe (quais profissões serão substituídas). Eu diria que isso tudo é complexo. São coisas que parecem inteligentes para se falar hoje, mas a realidade é que a gente não tem muita noção sobre isso”, afirmou ele.

Vale lembrar que, em março, cientistas e Elon Musk assinaram pedido de suspensão das pesquisas em IA por seis meses. A ideia é dar tempo para que os governos e a economia global se preparem para enfrentar as mudanças.

Como se previnir

Dessa forma, uma dúvida que surge é como o empregado pode tentar se previnir dessas alterações no mercado.

Os especialistas concordam que o trabalhador precisa sempre buscar estar atualizado. No entanto, lembram que não é possível competir com as máquinas.

“A primeira coisa a se fazer é não tentar competir. Você não vai conseguir correr do lado de um carro, entende? O carro anda muito mais rápido que você, é impossível competir”, declarou Walmir Torrente. Ele é programador autodidata, presidente-executivo da Bit One.

Segundo ele, o colaborador precisa pensar em como usar o ChatGPT ao seu favor. Ou seja, fazer algo que a ferramenta não é capaz, com auxílio da IA. O especialista usa o exemplo do médico.

“Você chega e conta para ele o seu problema. E ele então te pede exames. Essa parte básica da consulta está resolvida com a inteligência artificial, de uma forma geral. Aí o médico fala: ‘o que a IA não tem?’ Experiência. Experiência de vida, de olhar no olho das pessoas, de entender, porque às vezes o problema de saúde não é exato”, explicou Torrente.

De forma semelhante, Alexandre Trinhain diz que os trabalhadores precisam entender “as limitações do ChatGPT, o que ele não faz”.

 

“(O empregado precisa) explorar esse diferencial que a ferramenta ainda não tem e estudar em cima dessa diferença.”

ALEXANDRE TRINHAIN, ENGENHEIRO ESPECIALISTA EM PROPRIEDADE INTELECTUAL

 

Porém, essa “diferença” tende a acabar, à medida que a IA vai se aprimorando. Por outro lado, isso faz com que o trabalhador possa saber antecipadamente o que o ChatGPT não é capaz de fazer.

Assim, de acordo com o especialista, o funcionário precisa tentar estar um nível à frente da ferramenta, daqui para frente.

 

Fonte: Johnny Negreiros, do R7*

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