Habemus Papam: Robert Francis Prevost é eleito papa Leão XIV

Com a tradicional frase Habemus Papam, o cardeal norte-americano Robert Francis Prevost foi apresentado nesta quinta-feira (8) como o novo líder da Igreja Católica. Ele é o 267º papa da história e adotou o nome Leão XIV. A apresentação oficial aconteceu na sacada central da Basílica de São Pedro, no Vaticano. Prevost sucede o papa Francisco, falecido no último dia 21.

A eleição foi confirmada pouco mais de uma hora após a fumaça branca emergir da chaminé da Capela Sistina, indicando que os 133 cardeais eleitores haviam chegado a um consenso. A decisão veio na terceira votação do dia e quarta desde o início do conclave, na quarta-feira (7), provocando grande comoção entre os fiéis reunidos na Praça de São Pedro.

Ritos pós-eleição

Segundo o protocolo do Vaticano, após a bênção inicial, o novo papa retornou à Capela Sistina para uma breve cerimônia. O cardeal mais antigo da Ordem dos Bispos dá início à celebração, seguido pela leitura de uma passagem do Evangelho pelo cardeal-sacerdote mais experiente. São tradicionalmente usadas as frases “Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja” ou “Apascenta as minhas ovelhas”.

Logo após, o protodiácono conduz uma oração pelo novo pontífice. Em seguida, os cardeais eleitores o saúdam e prestam juramento de obediência, em ordem de precedência. A cerimônia se encerra com o cântico do Te Deum, conduzido pelo próprio papa.

Quem é Leão XIV

Nascido em Chicago, nos Estados Unidos, Robert Francis Prevost pertence à Ordem de Santo Agostinho. Ele desenvolveu boa parte de sua missão pastoral na América Latina, especialmente no Peru, onde atuou como missionário, bispo e representante em órgãos eclesiais, ganhando respeito entre o clero latino-americano.

Antes de sua eleição, Prevost liderava dois dos principais órgãos da Cúria Romana: era prefeito do Dicastério para os Bispos — responsável pela nomeação episcopal no mundo todo — e presidia a Comissão Pontifícia para a América Latina.

Discreto, de fala calma e avesso à exposição, é considerado um reformista moderado, alinhado às diretrizes pastorais promovidas por Francisco. Com sólida formação acadêmica, é especialista em teologia e direito canônico. Ingressou na vida religiosa aos 22 anos, estudou na União Teológica Católica de Chicago e concluiu seus estudos em Roma, na Universidade de São Tomás de Aquino.

Ordenado sacerdote em 1982, iniciou sua missão no Peru dois anos depois. Trabalhou nas regiões de Piura e Trujillo por mais de uma década. Durante o governo de Alberto Fujimori, cobrou retratações públicas por violações de direitos humanos cometidas pelo regime.

Em 2014, foi nomeado administrador da Diocese de Chiclayo, onde permaneceu por nove anos. Nesse período, enfrentou um episódio delicado: em 2023, foi acusado por três mulheres de ter acobertado casos de abuso sexual cometidos por dois padres durante a infância delas. Segundo as denúncias, Prevost teria sido alertado em 2020, recebido formalmente os relatos em 2022 e encaminhado os casos à Santa Sé. Um dos acusados foi afastado preventivamente e o outro já estava fora das funções por razões médicas. A diocese negou qualquer omissão, afirmando ter seguido os protocolos. O Vaticano segue apurando os fatos.

Além de sua trajetória pastoral, Prevost teve papel de destaque na Conferência Episcopal Peruana e participou de importantes congregações do Vaticano. Foi nomeado cardeal em 2023 — título que ocupou por menos de dois anos antes de ser eleito papa, algo raro nos tempos recentes.

Durante uma internação do papa Francisco, Prevost liderou uma oração pública por sua recuperação, gesto simbólico que reforçou sua proximidade com o centro do poder eclesiástico.

Com a eleição de Leão XIV, a Igreja Católica inicia uma nova etapa sob o comando de um pontífice americano, com raízes profundas na América Latina e formação inspirada na espiritualidade agostiniana.

Da redação com informações da internet