6 de janeiro de 2023

Religiosa da região em missão no Haiti divulga mensagem de esperança e resiliência

Religiosa da região em missão no Haiti divulga mensagem de esperança e resiliência

Perto de completar 12 anos de atividade no Haiti, a irmã Maria Zelinda Cardim, 55 anos, Apóstola do Sagrado Coração de Jesus em missão no país, disse ao Giro Marília nesta quinta-feira que esperança, fé e resiliência são palavras para definir o momento do trabalho no país.

O Haiti é a nação mais pobre da América. Maria Zelinda Cardim é natural de Adamantina, com atuação na Diocese de Marília, e conversou com o Giro por chamada de vídeo para falar dos dias na conturbada capital do país, Porto Príncipe.

“Resiliência é a palavra para falar das pessoas. E esperança é a nossa mensagem, é o que nos move”, disse a religiosa na conversa.

Maria Zelinda coordena uma escola que atende 200 crianças em período estendido. Oferece educação e refeições até 14h.

A missão religiosa, que movimenta ainda outras organizações vinculadas à Igreja Católica, começou em 2011, um ano depois de um terremoto que devastou o Haiti.

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Crises políticas, sociais e evolução da violência agravaram o quadro de perdas. Em julho de 2021 o assassinato do presidente Jovenel Moise por um grupo armado desestruturou o país.

Sem sucessor, o governo enfrenta falta de credibilidade. Aumento de violência provocada por gangues que dividem espaços e controlam regiões do país complicam desde a vida cotidiana até a chegada de ajuda estrangeira.

Em dezembro de 2022 uma reportagem do grupo inglês BBC apontou que as gangues controlam 60% da capital do país, estrangeiros usam carros blindados, moradores enfrentam situações de risco e medo.

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Maria Zelinda disse ao Giro Marília que o Natal e ano novo tiveram alguma sensação de trégua e que não viveu nenhuma situação mais grave de ameaça pessoal, mas testemunhou situações de maior preocupação, como uma disputa de grupos armados em área próxima.

“Eram muitos tiros, vimos muitas pessoas deslocando-se do bairro, de ruas próximas. Uma delas perguntou: a senhora não vai irmã? E eu disse: ir para onde, o meu trabalho é aqui”, contou a religiosa.

Quando ela chegou, o trabalho usava estrutura construída pelo exército brasileiro, que atuou no Haiti com missão de paz.  O trabalho começou com 30 crianças.

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Com a ajuda de doações – inclusive de empresários de Marília que ajudaram na compra de um terreno – um a nova escola foi montada, permitiu ampliar a estrutura e o número de atendidos.

Maria Zelinda esteve em Marília neste ano e fez participação especial em encontro para aperfeiçoamento de párocos sobre Código de Direito Canônico.

“O que tenho para testemunhar é a fé do povo haitiano. Diante das catástrofes vividas lá, sejam naturais e até mesmo as políticas e sociais, são pessoas que acreditam em Deus e mantêm viva a esperança de dias melhores”, disse no encontro.

Fonte: Giro Marília Noticias

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