O Rio Amazonas que eu ouvia falar!
Querendo escrever sobre a água, percebi que as ideias de semelhante maneira, escapam da minha mente agitada. Não conseguia rete-las no papel, como a água que se esvai de uma peneira, um crivo ou uma panela furada.
A água é minha inspiração, ela é a beleza do planeta terra, a vida dos oceanos e mares, do Rio Amazonas que nunca seca.
“Tem água à não acabar.” Era assim que ouvia falar.
Agora tem Purus, Madeira e Juruá que estão a secar, porque o homem não pode parar de desmatar e somente as pequenas canoas, agora, é que podem atravessar levando os frutos, os medicamentos e as pessoas que precisam tirar documentos.
A mulher que é ribeirinha e, que vem de longe trazendo no ventre uma criança, precisa com urgência de hospital, mas a condução dança sobre o lodo ou o barro que resta, quase no fundo da lamaceira, que já foi um rio de grandes águas, de cascadas e ribanceira.
O peixe…, sim, o alimento do caboclo da margem, já morreu de sede no “planeta água”, que tem, pelo reflexo do sol na sua superfície, a coloração azul, mesmo quando de longe, vista a olho nu.
Essas notícias encheram de angústia os brasileiros, mas o período da chuva chegou e os rios que a estiagem secou, já voltaram ao nível normal, porém não pode mais desfazer todo o mal, o prejuízo causado, as vidas marinhas perdidas e ao ribeirinho por necessidades sofridas;
O rios recuperam-se, a flora voltou a esverdear, o caboclo das margens voltou a remar e jogar suas tarrafas e usar o matapí, para o peixe e o camarão pescar; e seus familiares alimentar.
A coloração azulada do nosso planeta, deve nos encher de esperança. Há uma mão poderosa, um cuidado, uma proteção que não podemos ver, mas nos ajuda a sobreviver.
Somos privilegiados, como únicos no mundo conhecido, com essa peculiaridade, mas precisamos de equidade entre ciclos de água e efeito estufa, entre a sensatez de sobreviver e a busca cega e indiscriminada de enriquecer!
Solange Lisboa
Poeta/Escritora
@solnlisboa