11 de novembro de 2022

Irmãs acusadas de crime bárbaro em Marília têm prisão decretada

Irmãs acusadas de crime bárbaro em Marília têm prisão decretada

A Justiça de Marília decretou na tarde desta quinta-feira (10) a prisão temporária das irmãs Wania Santos Silveira, de 52 anos, e Andrea Santos Silveira de Sousa, 49, suspeitas de matarem o aposentado Donizeti Rosa, de 60 anos, ocultando o seu corpo em sacos plásticos e o abandonando em pleno Centro da cidade, na rua Quatro de Abril, umas das mais movimentadas do município.

Imagens de câmeras de segurança ajudaram os policiais civis no esclarecimento do homicídio, menos de 12 horas após a descoberta do crime. As irmãs foram classificadas como ‘mentirosas e frias’ pelo delegado Luís Marcelo Sampaio, titular da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).

Elas foram detidas pela Polícia Militar (PM) por volta das 8h30, após um chamado sobre um possível roubo. As duas irmãs supostamente seriam vítimas de um assalto, mas se enrolaram ao explicar o ocorrido para os policiais, que passaram a suspeitar delas.

Os militares logo desconfiaram que as mulheres fossem as possíveis autoras do homicídio descoberto no dia anterior, levando as duas para a Central de Polícia Judiciária (CPJ).

Assim que chegaram ao prédio da Polícia Civil, as suspeitas imediatamente foram encaminhadas para a DIG, que fica no primeiro andar. Elas subiram de elevador e cada uma foi levada para uma sala, para que fossem ouvidas separadamente. A estratégia foi utilizada para saber se apresentariam a mesma versão.

Uma delas ficou calada durante todo o dia, inclusive permanecendo em posição de “meditação” por mais de três horas, sem se mexer ou conversar com ninguém. A outra irmã negou o crime, mas teria admitido ter se livrado do corpo, que estava no apartamento.

Por volta das 16h, as duas foram levadas para realizarem o exame de corpo delito. Cerca de meia hora depois elas já haviam retornado para a CPJ, sendo novamente encaminhadas pelos investigadores para a DIG.

As irmãs permanecerão presas em prisão temporária com prazo de 30 dias, que pode ser estendido para mais 30. Ao final do prazo da temporária, a Polícia Civil também pode pedir pela prisão preventiva das suspeitas.

 

APARTAMENTO

A polícia descobriu que a vítima provavelmente foi morta dentro do apartamento de um prédio há cerca de 20 metros do local. Segundo o delegado da DIG, o imóvel estava limpo, mas mesmo assim equipes da Polícia Civil conseguiram achar marcas de sangue no local.

“Ao que consta, as duas moravam lá com esse senhor. As pessoas perguntam, ‘pô, ninguém viu retirar o corpo?’. O problema do prédio é que moram poucas pessoas, 80%, 90% das salas, que antigamente era para comércio, estão desocupadas. Então houve dificuldade para a gente conseguir achar onde esse corpo estava. Nós sabíamos que tinha sido retirado daquele prédio, mas o apartamento exato tivemos muita dificuldade em localizar. Acabamos contando com a colaboração do administrador do condomínio e de uma ou outra pessoa que morava lá”, explicou

A polícia também descobriu que uma pessoa com um veículo esteve no prédio, mas não quis colocar o saco com o corpo no automóvel.

“Chegou sim uma pessoa com um carro no local. Elas desceram desse carro, entraram no apartamento e trouxeram o corpo enrolado. Essa pessoa não quis colocar o saco dentro do carro e saiu logo em seguida. A gente está tentando levantar o que ele sabe disso. Também já foi identificado”, contou o delegado.

POSSÍVEL MOTIVAÇÃO

Segundo o apurado pela polícia até o momento, as irmãs vieram de fora, a princípio de Minas Gerais. “Pelo que a gente levantou, pelo menos um ano que elas moravam com ele. Por ora não há indício da participação de outras pessoas”, disse Sampaio. A vítima era aposentada e a polícia localizou alguns extratos bancários que indicam empréstimos somados em R$ 25 mil no nome da vítima.

“Nós localizamos lá no apartamento alguns extratos que indicam que houve empréstimos no nome dele recentemente. Pelo que a gente levantou no documento, R$ 25 mil em empréstimo consignado. São menos de 24 horas que fomos acionados, ainda tem muito para investigar. Foi coletado o material para ver se o saque era feito por elas, mas ainda é muito prematuro. A motivação elas ainda não confirmaram. Pode ter sido uma série de situações, ele era debilitado. Sobre o que aconteceu lá, se elas não confirmarem, vamos ter que aguardar o laudo necroscópico para ter uma noção”, ressaltou.

Ainda conforme a polícia, os moradores do prédio não viam a vítima há algumas semanas e testemunhas relataram ter presenciado diversas brigas entre o idoso e as mulheres no decorrer dos últimos meses.

“Ele tinha debilidade, mas o pessoal do prédio já fazia tempo que não o via. O pessoal do comércio que o conhecia assistiu várias brigas entre elas e a vítima. Discussões eram rotineiras no local, mas como eu disse, agora vai depender de uma série de exames, não é rápido. A causa da morte oficial ainda não foi determinada”, finalizou.

 

Fonte: Marilia Noticias

 

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