16 de junho de 2023

Geografia em rede: professores dedicados e plataformas digitais aproximam estudantes de várias partes do Brasil

Geografia em rede: professores dedicados e plataformas  digitais aproximam estudantes de várias partes do Brasil
Projeto conecta estudantes e professores das cinco regiões brasileiras

Quase 100 meninos e meninas de doze a 13 anos se esforçavam para demonstrar a paciência que pouco se tem nessa idade, enquanto os professores preparavam os notebooks e as TVs para que seus alunos do 7º ano fizessem as apresentações daquilo que estudaram com tanto esmero.

Sentados, eles observavam os seus mestres, talvez alguns até rindo do afobamento diante da parafernália tecnológica, quando o esperado é que tudo saísse impecavelmente a contento. Após alguns percalços da instabilidade das redes de telefonia e da internet, o evento aconteceu.

Num misto de curiosidade, apreensão e um certo deslumbramento, os estudantes torceram pelos seus representantes para fazerem bonito, ao apresentarem as características das suas regiões.

As diferenças naturais das paisagens e dos contextos socioeconômicos e históricos das cidades e regiões já eram de se esperar. Afinal, estudam isso nos livros didáticos e basta “dar um Google” para ver as imagens e muitas informações dos lugares que se deseja. Aquelas informações, no entanto, eram diferentes: elas foram pesquisadas especialmente para o projeto Geografia em Rede e os alunos sabiam que, de alguma forma, estariam conectados a colegas de localidades que eles nem imaginavam.

Bom mesmo era conversar cara a cara, mas, apesar da mediação meio sem graça da tela da TV, os brasileirinhos e brasileirinhas viram e sentiram a geografia ali, ao vivo e em cores. Eram 9 horas da manhã e os colegas de São José da Tapera (AL) estavam muito à vontade, de short, camiseta e chinelo nos pés; os de Brasilândia (MS) estavam com agasalhos leves, mas os gaúchos de São Gabriel (RS) estavam de agasalhos pesados. Eita, e não é que a latitude funciona mesmo? Estamos em junho e o tempo esfria no Centro-Sul brasileiro.

Outra pegada interessante foi ouvir os gaúchos falando do chimarrão, os sul-mato-grossenses falando do tereré e os alagoanos falando do cafezinho preto. E o sotaque, então? Quando alguém abria a boca, já se sabia de onde era. Esse Brasil é mesmo grande e diverso, em tudo o que há: nas paisagens naturais, na colonização, na comida, no jeito de falar…

Essa geografia viva, que sabe aproveitar os meios tecnológicos para despertar a atenção dos alunos, é bonita de se ver. Por enquanto, foi realizado apenas o primeiro encontro, outros virão, trazendo também as regiões Norte e Sudeste. E quem teceu essa rede foram os professores Elias Azevedo (Escola Municipal Antônio Enrique Filho, de Brasilândia, MS), Eduardo Pastório (Escola Municipal de Ensino Fundamental Dom Pedro II, de São Gabriel, RS), Ana Paula Fabiane (Escola Estadual Waldomiro Sampaio de Souza, de Sagres, SP) e Manoel Messias (Escola Municipal Nossa Senhora de Fátima, de São José da Tapera, AL). Essa ação, no entanto, não depende apenas dos professores e alunos; eles contam com o apoio das coordenações de curso e das direções das escolas. Todo mundo empenhado em proporcionar oportunidades para que os alunos conheçam o Brasil de uma maneira proativa, divertida e interessante.

E eu, como convidada, apreciando esse jeito bonito e prazeroso de se fazer, se ensinar e se aprender geografia. Feliz por ter uma ex-aluna do curso de Geografia do Centro Universitário de Adamantina nesse grupo. Valeu, professores! Valeu, alunos!

 

Por Prof.ª Dra. Izabel Castanha Gil

Revisado por Daniel Torres

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