17 de junho de 2024

AINDA HÁ TEMPO

AINDA HÁ TEMPO

O que houve com os bons sentimentos? onde está a sensatez? Por que vemos e ouvimos tantas perversidades? Algumas das perguntas que somos levados a formular no contexto atual da famigerada era pós-moderna.

Ainda vivemos sob o impacto das novas tecnologias e conceitos; o universo, com todo o peso e conteúdo, parece não suportar por muito mais tempo tanta pressão, causada pela atuação humana e suas consequências.

A intolerância, o egoísmo, os preconceitos, a frieza e fata de amor, tem marcado o atual cenário.

Decisões são tomadas, projetos de leis criados, baseados somente na expectativa de lucros e para tanto: guerras são alimentadas, escrúpulos deixaram de existir, farsas e fakes embaçam a visão dos crédulos e pouco informados, e a vida humana perdeu definitivamente o valor.

Essa é a cruel realidade. Os poucos que ainda mantém seu senso crítico e sua sanidade mental, são silenciados por aqueles que se acham poderosos e se utilizam de seus cargos políticos para operar manobras, e oprimir cada vez mais o oprimido, empobrecer de tal forma até levar à miséria os que já se encontram além dos limites da extrema pobreza.

E diante deste contexto, é hora e já com um certo atraso, de pararmos para avaliar nossas atitudes e rever nossos conceitos, nossas posições políticas e esquadrinhar principalmente o próprio coração.

Em um mundo que perdeu a sensibilidade, empatia é só uma palavra nova, inclusão só existe no dicionário; tempo esse, em que se criam projetos para criminalizar e punir vítimas de estupros, com uma pena maior que a do criminoso estuprador, aqueles que tem voz, não podem calar-se, mesmo sendo minoria em uma bancada de eleitos para defender “o que é correto”, “o que é bem coletivo”, e que, no entanto, tentam privilegiar grupos onde têm interesses, principalmente financeiros.

E nós, que estamos na base dessa pirâmide e que podemos ser esmagados a qualquer momento, precisamos nos conscientizar de quem sem o nosso braço, toda essa estrutura pode ruir, então, significa dizer que a força está nas mãos do povo que vai às urnas, que tem direito e obrigação de segurar as rédeas dessa corrida desenfreada para o abismo que está diante dos nossos olhos.

Sabemos que não é fácil, para um povo que é guiado e instruído sob o jugo espúrio da religião, que usando das escrituras, manipula e cega uma grande maioria da população que mesmo em detrimento de si própria, acredita trilhar os caminhos da salvação, sem perceber que são apenas marionetes ajudando a fortalecer o império que deprecia mulheres e crianças, despreza as pessoas com deficiência (PCD), julga os que tem uma opção sexual diferente da sua e finalmente mata, em nome de Deus!

Ainda dá tempo de acordar, ler, abrir os olhos, sacudir dos ombros o jugo, tirar os Antolhos que lhe impedem a visão e usar de suas escolhas para mudar os rumos da história de seu país que se vê caminhando para destruição como fogo no rastilho de pólvora.

 

Solange Lisboa

Escritora/poeta

17/06/2024

@sollisboapoeta

[email protected]

 

 

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