Operação Iconoclastas mira golpes que causaram prejuízo de ao menos R$ 200 mil a igrejas católicas no interior de São Paulo
Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Campinas (SP), na manhã desta quarta-feira (19). Suspeitos ofereciam serviços de restauração de objetos sacros, mas danificavam as peças e passavam a cobrar valores indevidos das paróquias.
A Polícia Civil cumpriu quatro mandados de busca e apreensão em Campinas (SP), nesta quarta-feira (19), com objetivo de localizar provas referentes a golpes aplicados contra paróquias da Igreja Católica no interior do Estado de São Paulo. Em dois casos já identificados, em Marília (SP) e Pirapozinho (SP), o prejuízo estimado é de ao menos R$ 200 mil.
A Operação Iconoclastas foi deflagrada pela Delegacia da Polícia Civil em Pirapozinho, que comanda as investigações dos crimes de estelionato e associação criminosa.
Ao todo, sete padres da região de Presidente Prudente (SP) acionaram a Polícia Civil.
Na Paróquia de São João Batista, em Pirapozinho (SP), o prejuízo foi estimado em R$ 100 mil. Em Marília, o alvo dos golpistas foi o Mosteiro Maria Imaculada, que também sofreu uma perda de R$ 100 mil.
Segundo o delegado responsável pelas investigações, Rafael Guerreiro Galvão, os mandados de busca e apreensão foram cumpridos na manhã desta quarta-feira em Campinas, local onde moram os suspeitos de praticarem o golpe.
Conforme as investigações, os suspeitos ofereciam serviços de restauração de objetos sacros metálicos às igrejas. Porém, com a posse dos itens, danificavam as peças e passavam a cobrar valores indevidos e abusivos ao que foi combinado anteriormente.
Ainda de acordo com a Polícia Civil, outras paróquias da região e do Estado de São Paulo também teriam sido vítimas da prática criminosa.
Ainda de acordo com o delegado, 101 máquinas de cartão de crédito, 31 cartões de crédito, quatro celulares, passaportes e documentos diversos foram apreendidos. Com isso, a polícia irá investigar possíveis provas da dinâmica criminosa e possibilitará o ressarcimento às paróquias vítimas.
A operação, deflagrada pela Polícia Civil de Pirapozinho, contou com o apoio de 20 agentes da Delegacia Seccional de Presidente Prudente. Além disso, o Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em Campinas, também prestou auxílio.
O nome atribuído à operação policial refere-se a pessoas que não respeitam as tradições e crenças estabelecidas ou se opõem a qualquer tipo de culto ou veneração, seja por imagens ou outros elementos.
“O termo abrange ainda aquele que destrói imagens religiosas ou objetos religiosos. O termo se relaciona ao presente caso, devido às atitudes ardilosas praticadas pelos investigados para conquistar a confiança dos representantes das paróquias, recebendo os objetos sagrados para restauração. Contudo, os objetos que eram para serem restaurados acabaram sendo danificados”, ressaltou a Polícia Civil.
Ainda de acordo com Galvão, os objetos apreendidos serão encaminhados à perícia para “posterior aprofundamento investigativo”.
“Se algum padre ou religioso da nossa região, ou do próprio Estado de São Paulo, sabe deste golpe, procure a Delegacia de Polícia de Pirapozinho, para aprofundamento investigativo. É importante deixar claro que estamos em fase de investigação e a Polícia Civil não tem fronteiras para investigar e punir eventuais criminosos”, alertou.
Fonte: G1