Um ano sem Pelé: imagens do jogador estão disponíveis no Arquivo Público de SP
Fotos publicadas nos jornais Última Hora e Diários Associados podem ser conferidas de forma digital e impressa
Era outubro de 1977, quando uma única imagem capturou o instante final da carreira profissional de Edson Arantes do Nascimento, o eterno Rei Pelé. Na fotografia, o ícone do futebol é carregado pelos jogadores do NY Cosmos no Giants Stadium, nos Estados Unidos. O amistoso que assinalou o encerramento da trajetória esportiva de Pelé foi contra o Santos, o clube que o elevou à condição de lenda do futebol. Esse episódio está documentado no Arquivo Público do Estado de São Paulo, onde fãs podem ver de perto diversos momentos da carreira e da vida pessoal de Pelé, cuja morte completa um ano nesta sexta-feira (29).
O espaço reúne uma série de registros históricos, que podem ser acessados de forma virtual ou presencial. São imagens jornalísticas publicadas nos jornais Última Hora (1951-1972) e Diários Associados (1925-1979). Somando o total de registros jornalísticos, que inclui ampliações fotográficas, negativos, ilustrações, recortes, folhetos, panfletos e fichas, são mais de 2 milhões de itens documentais diversos, incluindo Pelé e outras personalidades que marcaram a história do Brasil.
O coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo e professor do departamento de história da Unicamp, Thiago Nicodemo, ressalta que entre os arquivos, é possível conhecer vários os momentos da vida do Rei Pelé.
“A gente cobre praticamente todos os períodos da vida dele, desde a infância tendo Pelé pequeno até as despedidas dele em campo e depois como uma figura pública na década de 80”, afirma.
Também é possível conhecer o busto que o jogador ganhou do governador Roberto Costa de Abreu Sodré, em 1969. O presente foi uma homenagem pela conquista do milésimo gol. Também é possível conhecer a despedida que a torcida do Corinthians realizou em 1974, no Pacaembu, no jogo contra o Santos.
Há ainda momentos da vida particular do jogador, como o nascimento da filha Kely Cristina, que é a mais velha do casamento com Rosemari de Reis. O registro foi feito ainda na maternidade no dia 13 de janeiro de 1967.
As imagens jornalísticas também revelam outras facetas do Rei Pelé e curiosidades: “Tem ele prestando vestibular. Ele deve ter imaginado: ‘preciso me preparar, fazer uma transição de carreira’ e prestou o vestibular para educação física”, explica Thiago Nicodemo.
Para o coordenador do Arquivo Público do Estado de São Paulo, manter os registros do Rei Pelé é também uma forma de manter a conexão com o público: “O Pelé foi um dos brasileiros mais famosos do século XX, talvez seja a maior figura pública brasileira do século XX, se não é da história do Brasil. Todo mundo conhece o Pelé”. afirma.
Para visitar o Arquivo Público de São Paulo de forma presencial, os interessados precisam fazer um agendamento pelo site: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/web
Mais informações pelo [email protected]
Também é possível conhecer parte do acervo de forma virtual, por meio do Guia do Acervo e outros instrumentos de pesquisa, além de navegar pelo acervo digitalizado. Documentos em formato digital não poderão ser acessados fisicamente na consulta presencial. A consulta ao acervo pode ser feita de segunda a sexta-feira, exceto feriados, das 9 às 17 horas.
Sobre o Arquivo Público do Estado de São Paulo:
O Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP), criado em 1892 como Repartição de Estatística e do Arquivo do Estado, é um dos maiores arquivos públicos brasileiros. Entre os documentos custodiados e preservados pelo APESP, destacam-se aqueles considerados patrimônio da humanidade pelo Programa Memória do Mundo da UNESCO: o acervo da Comissão Teotônio Vilela de Direitos Humanos (1983-2016); Arquivo da Secretaria de Governo da Capitania de São Paulo (1611-1852); o jornal abolicionista “A Redempção” (1887-1899); o acervo do DEOPS (Departamento Estadual de Ordem Política e Social de São Paulo) e os Livros de Registro/Matrícula da Hospedaria dos Imigrantes (1882-1973).
Nos últimos anos houve aumento em escala de recolhimentos de acervos, como o do Departamento de Obras Públicas (DOP), o do Complexo Hospitalar do Juquery (em processo de recolhimento), o acervo do Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT), entre outros.