Rádio Life FM

Tudo é Diferente, mas Nada Mudou!

Há quem passe por esse mundo, em brancas nuvens, assim sem amor, sem brilho, sem sofrer, sem sonhar e consequentemente, sem realizar.

Eu particularmente, prefiro não ficar na janela, vendo a banda passar, quero ir para o meio da rua e me arriscar.

Considero um desperdício do sopro de vida, que generosamente nos foi concedido, se não buscarmos desfrutar plenamente as emoções que o viver proporciona, com data de fabricação, mas sem previsão de validade; então a qualquer momento o nosso tempo se encerra, anônima e silenciosamente, como se nunca tivéssemos existido.

Por isso, sou de me emocionar, fico do lado dos mais fracos, defendo a causa dos injustiçados, sou de esquerda mesmo, sou filiada ao Green Peace, brigo pela natureza, por nossos indígenas, pelo direito a vida, dos animais e de qualquer ser humano, igual a mim, porque todos somos iguais, nascemos e morremos da mesma maneira.

Coloco meus sentimentos no papel, posto minha indignação diante de fatos que nenhuma pessoa deveria apoiar, e muitas vezes, sou considerada “ovelha negra”, porque prefiro sofrer defendendo o que é correto, do que fechar os meus olhos para tentar ser feliz e aceita por todos.

É assim, que acredito que a vida valha a pena, por uma boa causa, por uma razão, por um amor de verdade!

A maioria das pessoas jamais conheceu o amor na sua essência; nasceram, cresceram, fizeram faculdade, casaram-se, constituíram família, para cumprir o protocolo, por assim dizer, mas nunca sentiram a força do amor; a alegria de ver, ouvir a voz, nunca sentiram aquela sensação de saudade que chega a doer fisicamente no coração. Aquele suor nas mãos, o frio na espinha, a loucura de sorrir sozinha e conversar com as estrelas.

Vocês podem achar que eu sou louca, mas quem ditou a normalidade? Quem disse que viver a vida é se proteger dos sentimentos para não sofrer?

Quem fica olhando por trás da cortina, vendo a vida acontecer sem se envolver, na verdade, é como estar em uma eterna sala de cinema, assistindo a histórias de outras pessoas e até se emocionando, mas sem nunca saber de fato o que é viver.

Eu tive o privilégio de sentir esse amor, ainda na minha juventude. Ele foi o maior encanto de toda a minha vida. Quando o vi pela primeira vez, foi como se todo o meu presente, passado e futuro, como em um filme, passasse diante dos meus olhos, e a única coisa que queria era poder ficar perto, daquele ser humano que acelerou meu coração.

Queria poder tocar as mãos, os cabelos, beijar os olhos, sentir o cheiro, o calor dos braços. Pude viver essa momentânea felicidade, mas como nada dura para sempre…

Eu o perdi, ele foi embora, eu o deixei ir, sem saber que nunca mais na minha vida, sentiria o mesmo por outra pessoa.

A vida seguiu seu curso natura: casei, tive filhos, a única coisa boa de toda a minha história. Realizei muitas coisas, mas nunca fui completa, porque aquele sentimento ficou guardado no fundo do mar deste coração.

Não é masoquismo não, mas sou feliz, pela honra de ser uma dessas raras pessoas que conheceu o verdadeiro amor, e saber que ele só acontece uma única vez em nossa subsistência, que mesmo entendendo, que jamais se repetirá, tenho esse júbilo de tê-lo vivido, pois conheci o motivo que move a existência nesse invólucro mortal, dentro deste ponto azulado no meio do infinito: O verdadeiro Amor!

 

Solange Lisboa 09/03/2024

Escritora/Poeta

@solnlisboa

solangeserrao3@gmail.com

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