Rita Lee, Rainha do Rock, morre, aos 75 anos, em São Paulo
A cantora, que lutava contra um câncer de pulmão desde 2021, morreu em casa
A rainha do rock Rita Lee morreu, aos 75 anos, na noite desta segunda-feira (8). Ela lutava contra um câncer de pulmão desde 2021. A informação foi confirmada no perfil oficial da cantora no Instagram.
Rita morreu em casa, ao lado da família. O velório e o enterro vão acontecer nesta quarta-feira (10), em São Paulo.
“Comunicamos o falecimento de Rita Lee, em sua residência, em São Paulo, capital, na noite de ontem, cercada de todo o amor de sua família, como sempre desejou”, informou a família nas redes sociais da cantora.
“De acordo com a vontade de Rita, o seu corpo será cremado. A cerimônia será particular. Nesse momento de profunda tristeza, a família agradece o carinho e o amor de todos”, concluiu o comunicado.
Em fevereiro deste ano, Rita Lee já tinha sido hospitalizada em estado “extremamente delicado”; porém, se recuperou e voltou para casa uma semana depois. Em abril de 2022, a família anunciou que o câncer de Rita Lee estava em remissão e que a roqueira estava curada. Desde então, o tumor não tinha apresentado sinais de retorno.
Rita Lee nasceu no dia 31 de dezembro de 1947, na cidade de São Paulo. Conhecida como a rainha do rock brasileiro, a artista navegou entre diversos ritmos musicais, lançou 17 álbuns de estúdio, sete com a banda Os Mutantes, e ganhou duas vezes o Grammy Latino, sendo que o mais recente foi em 2022, quando foi homenageada com o Prêmio Excelência Musical da Academia Latina de Gravação, pelo conjunto da obra.
Com ascendência americana e italiana, Rita cresceu no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo. Ela se interessou por música ainda na adolescência, quando passou a integrar diversas bandas, e chegou ao estrelato com o grupo Os Mutantes, formado por ela, Arnaldo Baptista e Sérgio Dias.
A cantora se casou com o companheiro de banda Arnaldo, e os dois ficaram juntos de 1968 a 1972. Com o fim do casamento, o grupo musical também chegou ao fim. Rita foi expulsa do conjunto pelo próprio ex-marido, em decorrência de divergências artísticas e de cunho pessoal.
Após o fim de Os Mutantes, Rita Lee formou a banda Tutti Frutti, com Lúcia Turnbull, Luis Sérgio Carlini e Lee Marcucci. Em 1975, o conjunto lançou o famoso álbum Fruto Proibido, com sucessos como Agora Só Falta Você, Ovelha Negra e outros.
Em 1976, a roqueira conheceu o músico Roberto de Carvalho, com quem iniciou uma parceria amorosa e musical que durou até a morte da artista.
Em agosto daquele ano, a cantora foi presa pela ditadura militar durante a primeira gravidez, de Beto Lee. Ela foi detida sob a acusação de porte de maconha, foi condenada e precisou cumprir um ano de prisão domiciliar.
A banda Tutti Frutti chegou ao fim após o lançamento do álbum Babilônia, de 1978, considerado o último disco de rock de Rita. A partir de 1979, a cantora e Roberto de Carvalho passaram a se apresentar juntos. Dessa parceria, surgiu o disco Rita Lee, com grandes sucessos, como a música Mania de Você. Esse foi o começo de uma ligação de sucesso que continuou em voga até a morte da artista.
O último álbum de estúdio de Rita Lee, Reza, foi lançado em 2012. O último show da carreira da roqueira foi realizado em janeiro daquele ano, em Aracaju. A cantora foi detida na noite da última apresentação, acusada de cometer desacato policial e apologia das drogas.
Após a despedida dos palcos, Rita lançou apenas mais uma música, em 2021. Change foi uma colaboração com Roberto de Carvalho e Gui Boratto.
Nos últimos anos de vida, a cantora levou uma vida discreta e longe dos holofotes. Ela se dedicou à escrita de livros, como a autobiografia lançada em 2016, o livro de contos Dropz e a obra infantil Amiga Ursa — uma História Triste, Mas com Final Feliz. Além da música, a artista fez participações em filmes e programas de televisão e foi apresentadora do Saia Justa.
Rita Lee deixa o marido, Roberto de Carvalho, e três filhos: Beto Lee, Antônio Lee e João Lee, todos do casamento com o músico.
Fonte: R7