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Preso mata por estrangulamento o único companheiro de cela que ele tinha na Penitenciária de Montalvão

Suspeito, de 21 anos, ainda detalhou que utilizou um tubo de caneta para lesionar a vítima, de 44 anos, na região do pescoço, dentro da unidade prisional em Presidente Prudente (SP).

Um preso, de 44 anos, foi assassinado por estrangulamento nesta sexta-feira (1º) dentro da cela onde cumpria pena na Penitenciária Wellington Rodrigo Segura, no distrito de Montalvão, em Presidente Prudente (SP).

A suspeita é de que o crime tenha sido cometido por outro preso, de 21 anos, que era o único companheiro de cela da vítima.

Ele foi autuado em flagrante pela Polícia Civil e irá responder por homicídio qualificado. A Polícia Civil ainda representou à Justiça para a conversão da prisão em flagrante em prisão preventiva do suspeito.

De acordo com o Boletim de Ocorrência registrado na Delegacia Participativa, dois agentes de segurança penitenciária descobriram o crime quando, já no fim da tarde, realizavam o procedimento de contagem individual dos presos. Quando os funcionários chegaram ao guichê da cela 15 e fizeram a chamada nominal dos dois presos que ocupavam aquele espaço, somente um dos sentenciados se apresentou. Os agentes verificaram que o outro sentenciado que habitava a cela permaneceu deitado. A chefia administrativa foi avisada e foi solicitado apoio para adentrar a cela, quando os funcionários constataram que o preso já não demonstrava sinais vitais.

O preso de 21 anos foi questionado sobre a situação e alegou que havia se desentendido com seu companheiro de cela e que o tinha agredido com um murro, o que fez a vítima desmaiar.

Os agentes observaram que a vítima apresentava marcas no pescoço típicas de estrangulamento, assim como pequenos ferimentos provocados por instrumento perfuro-contundente.

A vítima, em razão dos ferimentos, morreu no local.

Segundo o Boletim de Ocorrência, o preso de 21 anos contou que cumpria pena em Montalvão em razão da prática de três crimes de roubo na cidade de São Paulo (SP). Ele disse que dividia a cela com o outro preso havia cerca de um mês e, em princípio, o relacionamento entre ambos era normal.

No entanto, segundo a versão do suspeito, de um certo tempo para cá, ambos começaram a se desentender porque o preso de 44 anos o limitava o banho e a lavagem de roupa.

O suspeito reconheceu que não chegou a comunicar tal fato à administração do presídio.

Ele confessou que, nesta sexta-feira (1º), iniciou-se uma discussão entre ambos e, então, o preso de 44 anos teria partido para cima dele.

Para se defender, o suspeito disse que lhe desferiu um soco e como consequência a vítima caiu no chão.

Em seguida, ainda segundo a versão do suspeito registrada na Polícia Civil, utilizou-se de um varal improvisado feito com saquinhos de leite e estrangulou a vítima.

Além disso, o rapaz ainda disse que, em seguida, utilizou um tubo de caneta para lesionar a vítima na região do pescoço.

O suspeito afirmou que o ato não foi premeditado e não teve a participação de nenhum outro preso. Ele pontuou ainda que sofreu um leve ferimento na parte posterior da cabeça decorrente da luta corporal travada com a vítima.

Policiais civis estiveram no local e foi requisitada perícia na cela.

O corpo da vítima foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) para o exame necroscópico.

A Polícia Civil concluiu que os indícios de autoria recaem sobre o indiciado, que era o único preso existente na cela em que estava a vítima e que confessou a prática do crime.

Segundo a polícia, “existem indícios suficientes da prática do delito pelo indiciado, extraídos, sobretudo, do Boletim de Ocorrência e dos elementos de prova oral”.

As apurações indicam, ainda conforme a polícia, que “o indiciado praticou um crime com elevada gravidade”. “Com efeito, o indiciado, com o uso de algum cordão não encontrado, deu cabo à vida da vítima, seu companheiro de cela, mediante estrangulamento”, pontuou.

O preso de 21 anos irá responder pelo crime de homicídio qualificado previsto no inciso III, do parágrafo 2º, do artigo 121, do Código Penal, ou seja, que é o de matar alguém com emprego de asfixia. A pena varia de 12 a 30 anos de reclusão.

De acordo com os dados da Secretaria da Administração Penitenciária do Estado de São Paulo (SAP) atualizados nesta sexta-feira (1º), o presídio de Montalvão possui uma população carcerária de 932 homens, embora a capacidade seja para abrigar 696.

‘Banho de sol juntos’

 

Em nota oficial neste sábado (2), a SAP informou que, durante a distribuição de medicação em um dos pavilhões da penitenciária, o preso de 44 anos não se apresentou para receber os remédios prescritos.

Segundo a secretaria, outro preso da mesma cela informou que ambos teriam se agredido mutuamente, vindo o homem a óbito, na sexta-feira (1º).

“Os dois habitavam a mesma cela desde 13 de junho, inclusive usufruindo do banho de sol juntos, sem nunca apresentarem qualquer desentendimento ou reclamação”, salientou a pasta estadual.

Ainda de acordo com a SAP, a direção da unidade está em contato com os familiares do falecido e instaurou Procedimento Apuratório Disciplinar contra o autor do homicídio, que passará a responder por esse novo crime.

A polícia foi acionada e registrou o Boletim de Ocorrência.

Fonte: G1

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