16 de maio de 2022

Polícia prende Paulo Cupertino, acusado pela morte de Rafael Miguel

Polícia prende Paulo Cupertino, acusado pela morte de Rafael Miguel
Homem estava foragido há quase três anos, após morte do ator de 22 anos e de sua família

A polícia de São Paulo prendeu na tarde desta segunda-feira (16) Paulo Cupertino Matias, acusado do assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais dele. Até ser detido na tarde de hoje, ele era considerado o criminoso mais perigoso no estado.

Cupertino foi detido no Jardim Miriam, zona sul de São Paulo (SP), no 98º DP, e encaminhado ao Palácio da Polícia, na região central da capital paulista.

As informações foram confirmadas por uma fonte do DHPP (Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa) à Record TV.

Cupertino estava foragido havia quase três anos por causa do assassinato do ator Rafael Miguel e dos pais dele, crime cometido em 9 de junho de 2019.

Cupertino já havia sido denunciado pelo Ministério Público de São Paulo à Justiça. A acusação é de triplo homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa das vítimas.

Segundo a polícia, Cupertino fugiu e pediu ajuda a conhecidos após o crime. Acredita-se que a primeira pessoa com quem ele falou foi Eduardo José Machado, conhecido como Eduardo da Pizzaria. Após receber o pedido de ajuda, ele acionou uma segunda pessoa do interior de São Paulo Vanderlei Antunes Ribeiro Senhora teria sido a pessoa que encontrou Cupertino na rodoviária e o levou para casa.

O acusado então teria comprado uma passagem de ônibus de Campinas (SP) para Ponta Porã, no Mato Grosso, já perto da divisa com o Paraguai. Ele então passou pela cidade de Yataity del Norte, no Paraguai, em dezembro de 2020, quando ele foi reconhecido em uma fazenda de soja.

No período em que permaneceu na fazenda, Cupertino trabalhou no cultivo de soja e milho. Segundo relatos de funcionários, ele falava pouco e se mantinha sempre muito distante dos agricultores brasileiros.

Depois da saída da fazenda, uma câmera mostrou o momento em que ele estaria fugindo novamente, com o registro do dia 25 de novembro de 2020. Desta vez, tentava ir para uma cidade perto da fronteira da Bolívia.

Depois da temporada no Paraguai, ele foi para a cidade de Eldorado, em Mato Grosso do Sul, onde havia se escondido num sítio. Cupertino frequentava uma barbearia no local para manter o disfarce.

Ao ser preso, ele negou o crime e disse que continuou foragido depois das mortes por medo de ser alvo de justiçamento.

Na noite de 9 de junho de 2019, o ator Rafael Miguel, de 22 anos, e seus pais, João Aloizio Miguel, de 52 anos, e Mirian Selma Silva Miguel, de 50 anos, foram mortos a tiros na casa de Isabela Tibcherani, namorada de Rafael e filha de Paulo Cupertino.

Conhecido pelas atuações na novela Chiquititas, do SBT, e por comerciais de TV, o ator havia ido junto de seus pais à casa da namorada para conversar com Cupertino, seu sogro, sobre a relação com a jovem.

O pai de Isabela foi apontado como o responsável pelos assassinatos. Segundo a própria família, Cupertino era um homem agressivo e já havia proibido a relação entre a filha e o ator.

Um laudo elaborado pela Polícia Técnico-Científica de São Paulo revelou que o atirador disparou 13 vezes: Rafael foi atingido por sete tiros — um na cabeça, outro no peito, três nas costas e dois no braço esquerdo. João Aloizio, o pai, foi baleado quatro vezes (uma no peito, duas no braço esquerdo e uma no braço direito), e Mirian, a mãe, duas (no peito e no ombro).

Isabela relatou à Record TV que, na noite do crime, Cupertino a tirou do carro do sogro e a jogou para dentro de casa. Foi neste momento em que ela ouviu os disparos, e instantes depois ela saiu de casa, encontrando o namorado e os sogros no chão, baleados. O pai, segundo a jovem, já não estava mais lá.

Em junho do ano passado, durante entrevista ao R7, Isabela disse que a prisão do pai seria um grande alívio no peito, mas que nenhuma ação poderia reparar a vida de seu namorado e dos sogros.

“Tudo isso impactou a minha vida muito e principalmente na minha construção pessoal, no meu processo de amadurecimento e de reconhecimento como pessoa. Até hoje, às vezes, sinto certa dificuldade em me ver digna de ser feliz. Por isso, faço o acompanhamento psicológico. O trauma de tudo que foi visto e vivido, desde aquele dia, é muito mais intenso do que as pessoas imaginam. São sequelas que vou levar para a vida”, revelou a jovem.

 

 

Fonte: R7

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