2 de setembro de 2020

Polícia Civil identifica e prende grupo por fraude em vestibular de Medicina

Polícia Civil identifica e prende grupo por fraude em vestibular de Medicina
Foto: Polícia Civil - Há indícios de atuação do grupo em outros vestibulares

Policiais civis do Deinter-8 (Departamento de Polícia Judiciária do Interior) identificaram e prenderam membros da organização criminosa responsável por fraudes em vestibulares de Medicina. Os detidos realizaram provas do curso de Medicina da Fema (Fundação Educacional do Município de Assis), em nome de outras pessoas.

Os investigados foram presos durante a segunda fase da Operação Asclépio, deflagrada hoje. A investigação teve início no ano passado, com a denúncia da própria Fema, que foi informada pela empresa responsável pelo vestibular que as impressões digitais de cinco candidatos inscritos apresentavam inconsistências.

De acordo com a polícia, foi possível apurar que a fraude consistiu na realização da prova por terceiros, que se identificaram como sendo os verdadeiros candidatos, denominados pela organizadora do certame como “pilotos”, os quais assinaram as listas de presença, as folhas de respostas, assim como tiveram coletadas suas impressões digitais e captadas suas imagens durante a realização da prova.

“Com o auxílio do IIRGD (Instituto de Identificação Ricardo Gumbleton Daunt), de São Paulo, foram realizadas perícias técnicas nos documentos apresentados e num primeiro momento ninguém foi identificado. Somente com diligências nos Institutos de Identificações dos outros Estados e do Instituto de Identificação Nacional foram identificados os cinco “pilotos” que realizaram as provas no lugar dos candidatos. 

Acusados são médicos

Os cinco “pilotos” investigados possuem formação em curso superior de Medicina, e exercem suas funções em postos de saúde nas imediações de suas residências.

Foi apurado ainda que eles fazem parte de uma organização criminosa especializada em fraudar vestibular de ingresso ao concorrido curso de Medicina. No total, o grupo contava com a atuação de nove “pilotos”.

No decorrer da investigação identificou-se o “mentor” da organização, que atuava como elo entre os “captadores” dos alunos interessados nas vagas e os “pilotos”, aqueles que realizavam as provas; um dos captadores foi preso na primeira fase da operação. O integrante responsável pela falsificação dos documentos também foi identificado.

Conforme a Polícia Civil, há indícios de que a organização criminosa tenha atuado nos certames dos cursos de Medicina de outras faculdades.

Divisão financeira

De acordo com a investigação, o “captador” recebia do candidato ou seu familiar, o valor de R$ 80 mil, com esse valor ele pagava ao “intermediário”, R$ 30 mil, e este repassava R$ 25 mil ao piloto. Os R$ 5 mil, seria a comissão do intermediário.

A Polícia Civil do Estado de São Paulo representou pela concessão de 22 mandados de buscas domiciliares e 12 mandados de prisão temporária, que estão sendo cumpridas nas cidades de São Paulo, Ribeirão Preto, Natal (RN), Mossoró (RN), Juazeiro do Norte (CE), Campina Grande (PB) e Montes Claros (MG).

Até o final da manhã havia oito pessoas detidas.

Por O Imparcial Presidente Prudente 

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