15 de julho de 2021

Poços secam e moradores rurais convivem com falta de água na Aidelândia

Poços secam e moradores rurais convivem com falta de água na Aidelândia
Prefeitura abriu licitação para construção de até 10 poços de 120 metros de profundidade.

A estiagem tem provocado reflexos críticos a moradores da zona rural de Adamantina. A falta de chuvas provoca a queda no nível dos mananciais e traz limitação às rotinas mais comuns da atividade agropecuária, seja para irrigação ou fornecimento a animais.

Mais recentemente, com a prevalência do clima seco e irregularidades nas chuvas, começa haver comprometimento do lençol freático e esgotamento da capacidade de produção dos poços, o que afeta inicialmente os caipiras, por serem mais rasos.

 

Essa condição crítica, de falta de água em poços, já atinge moradores rurais do bairro Aidelândia. Na localidade, os poços caipiras já não produzem água suficiente para as demandas do dia a dia das casas. Quem consegue água, hoje, são aqueles que possuem poços semiartesianos ou artesianos, cujo custo para perfuração não é possível a todos.

 

A reportagem do SIGA MAIS esteve na Aidelândia na última segunda-feira (12). Em contato com os moradores Henis Henrique Santos e Patrícia Santana Santos, eles falaram sobre as dificuldades diárias para conseguir água. Eles estão na localidade há cerca de dez anos e os primeiros sinais da redução da disponibilidade de água nos poços caipiras vem desde 2018. “Voltamos aqui há dez anos, e nesse período nunca faltou água, como agora”, disseram.

 

A questão reclamada por eles não é um problema isolado, e sim comunitário, já que na localidade do bairro Aidelândia moram cerca de 15 famílias. Entre elas, a saída tem sido o compartilhamento de água entre vizinhos. Porém, essa possibilidade depende da boa vontade dos que dispõem de poços com produção de água, em ceder.

 

A casa de Henis e Patrícia tem um poço caipira, com cerca de 9 metros de profundidade. Os moradores promoveram inclusive a limpeza do poço, na tentativa de ampliar a reserva. Porém, ultimamente, a água não passa de 20 centímetros. Eles ligam a bomba, que em poucos instantes já falha por não ter água para puxar.

 

Caminhão pipa e vizinhos

A saída para Henis e Patrícia, para amenizar a dificuldade para obtenção de água, tem sido o uso de caminhão pipa e apoio de vizinhos. Eles contam que semanalmente um caminhão abastece o reservatório de 1 mil litros da casa, usada para higiene como banhos e lavagem de roupas e utensílios domésticos.

 

Outro caminho encontrado pelos moradores têm sido buscar água de um vizinho, que gentilmente cedeu. O poço está localizado há cerca de 200 metros da casa onde moram. O direcionamento da água é feito com o uso de mangueira, que leva a água até um reservatório.

 

Na segunda-feira o SIGA MAIS acompanhou essa etapa, pela manhã. O vizinho acionou a bomba e em 12 minutos de funcionamento começou a apresentar falhas, por já não ter mais água para puxar. Rapidamente o equipamento é desligado, sob risco de danos.

 

Universalização do acesso à água

Patrícia chegou a encaminhar um requerimento a vereadores, pedindo apoio para a situação crítica vivida na localidade. No pedido ela cita a Lei Federal Nº 11.445/2007, que define as diretrizes nacionais do saneamento básico, sobretudo nos aspectos que tratam da universalização do acesso e efetiva prestação do serviço, entre os quais, o abastecimento de água. “As famílias que aqui residem vem constantemente enfrentando a falta de água, principalmente na época de estiagem, que ocasiona grande sofrimento pelas pessoas em conseguirem água potável. As famílias que ali residem, sobretudo produtores rurais, há muito tempo vem pedindo a perfuração deste poço para melhoria do abastecimento de água e para que possam ter uma vida mais digna”, diz o documento.

 

Prefeitura abriu licitação para 10 poços, mas não responde ao SIGA MAIS

A Prefeitura de Adamantina abriu uma licitação (Processo 34/2021), para contratação de empresa especializada para serviço de perfuração de poços tubulares com profundidade de 120 metros, conforme as necessidades do poder público municipal, com relação aos locais.

 

A licitação foi na modalidade pregão presencial para registro de preço. A contratação dos serviços ao fornecedor vencedor depende de requisição da Prefeitura. De acordo com o termo de referência que faz parte da licitação, estão previstos até 10 poços.

 

Segundo o site da Prefeitura, o processo de licitação foi aberto no dia 26 de abril e se encerrou em 7 de maio.

Trechos do edital de licitação (Reprodução)

Sobre o caso reclamado pelos moradores do bairro rural Aidelândia, o SIGA MAIS encaminhou na manhã de ontem (14) um pedido de informações à Prefeitura de Adamantina, que até a publicação deste conteúdo, não respondeu. A reportagem quis saber de alguma medida emergencial direcionada aos moradores do bairro rural e se há previsão de perfuração de poços na localidade, entre os que foram licitados. O pedido de informações foi enviado às 9h19 de ontem aos e-mails [email protected] e [email protected], sem qualquer manifestação do órgão municipal. Hoje pela manhã o SIGA MAIS reiterou o pedido, sem sucesso.

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Fonte: Siga Mais

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