O Planeta água clama: “Tenho sede”
Água que nasce na fonte serena do mundo, e que abre um profundo grotão Água que faz inocente riacho, e deságua na corrente do ribeirão (Planeta Água -Guilherme Arantes)
O solitário ponto azul na vastidão do universo, mesmo recebendo o nome de “Terra” tem 71% da sua superfície coberta por águas (oceanos), e o restante (29%) estão distribuídos ente lagos, rios, reservatórios subterrâneos, o gelo que cobre os polos e montanhas e no vapor que cobre a atmosfera (https://www.terra.com.br/byte)
A música de Guilherme Arantes, lançada em 1981, descreve esse mundo onde as águas são o fator de vida, além do sol, que embelezam e matam a sede em todos os sentidos (beleza, inspiração e essência, corpo, desenvolvimento e alma), e essa característica é unicamente do planeta terra. E agora, lá se vão 42 anos, onde muito dessa singularidade tem se perdido.
De toda a água disponível no planeta, 97,5% é água salgada. Apenas 2,5% da água disponível é doce. (Brasil Escola- àgua-https://brasilescola.uol.com.br/geografia/agua.htm)
Vivemos nesse século XXI, no ano de 2023, (E chegamos a acreditar que não iriamos tão longe). Estamos como nunca, sendo desvendados pela realidade que o próprio ser humano criou e que hoje nos assusta como um pesadelo do qual não podemos fugir.
A poluição desmedida, o desmatamento compulsivo, tem causado mudanças nos padrões climáticos de todo o globo terrestre e na vida de seus ousados habitantes.
Geme a terra por causa das constantes agressões ao meio ambiente, que ferem a natureza. Somos audaciosos por esquecermos que dependemos em total amplitude, de tudo o que nos rodeia: atmosfera, ar, mar, vegetação, reino animal, terra, água salgada e água doce!
Agora voltemos nossos olhos para esses fatos, considerando nossa realidade brasileira, ou seja, Amazônia, conhecida como “Pulmão do Mundo”.
O que o diagnóstico, após um Raio X, diria de nossa Amazônia, diante da indiscriminada exploração da fauna e da flora?
O desmatamento tem causado um alarme assustador. Não podemos fechar os olhos e fingir que não nos afeta, porque nos acerta precisamente. É nossa história, é nosso futuro.
Cada vez que se desmata e queima, causa uma ferida enorme, que mesmo cicatrizando, deixa esse pulmão cada vez mais fraco.
As disfunções climáticas causadas pela atuação humana, tem proporcionado secas nunca vistas.
Há alguns meses, li um artigo que agora tem sido notícia em cada telejornal: os afluentes da margem direita do Rio Amazonas, Purus, Juruá e Madeira, estão secando, como consequência de baixa estiagem, atuação do El Niño, e agravado pela inconsequente exploração da natureza no “Planeta ÁGUA”
Essa realmente é uma notícia estarrecedora, quando entendemos que o Rio Amazonas é o maior e mais caudaloso rio do mundo. Possui 6992 metros de extensão e uma vazão média de 210 mil m³/s. Possui cerca de 1100 afluentes. Sua nascente fica na cordilheira dos Andes, no Peru. Sua foz está localizada no norte do estado do Pará, na ilha de Marajó. Percorre três países: Peru, Colômbia e Brasil. É o rio principal da bacia do Amazonas, cuja área de drenagem é de sete milhões de km²
Como podemos fazer isso com o nosso planeta? Somos todos culpados e chegamos num ponto onde não tem como recuperar o que perdemos, o que podemos fazer é mudar a direção e tentar manter o que ainda temos.
A vida ainda suspira na beleza das cascatas que encantam o mundo, na beleza dos rios, na grandiosidade e diversidade da vida marinha, que vem sendo atingida drasticamente, que sempre inspirou sonhos, lendas, contos e romances.
Diante dessa urgente realidade, podemos condizer com a seguinte declaração:
Estamos caminhando cegamente em uma estrada perigosa com o insustentável uso da água, a poluição e o aquecimento climático e que estão drenando o sangue vital da humanidade”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres…. –
Solange Lisboa
Poeta e Escritora
@solnlisboa
