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Metade das cidades brasileiras tem alta incidência de Covid-19

Entre 11 e 18 de dezembro, 2.552 municípios notificaram Ministério sobre terem mais de cem casos da doença por 100 mil habitantes

Quase metade dos municípios brasileiros registrou, entre os dias 11 e 18 de dezembro, alta incidência de Covid-19, segundo análise divulgada nesta sexta-feira (23), pelo ITpS (Instituto Todos pela Saúde), feita com base em dados do Ministério da Saúde. De acordo com o levantamento, de um total de 5.297 cidades que enviaram informações para o órgão, 2.552 tiveram mais de cem casos da doença por 100 mil habitantes, o que caracteriza a alta incidência.

“Nesses municípios, vivem 47% da população do país, e seus moradores estão expostos a elevados níveis de transmissão viral”, destacou o instituto.

Outro estudo, feito pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e divulgado na quinta-feira (22), mostrou que há tendência de aumento de hospitalizações no país por causa da Covid-19. Segundo especialistas, as duas análises acendem o alerta para o crescimento do risco de transmissão durante as festas de fim de ano, com possível sobrecarga dos serviços de saúde em janeiro.

A análise do ITpS mostra que 21 das 27 unidades da federação apresentam alta incidência, estando fora desse grupo apenas os estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul, Pará, Amazonas, Maranhão e Piauí. As maiores taxas de contaminação foram registradas no Espírito Santo, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal, todos com mais de 300 casos por 100 mil habitantes na semana em estudo.

O instituto também avaliou dados de redes de laboratórios, que mostraram altas taxas de positividades de exames, acima de 30% desde o início de novembro. Para o imunologista Jorge Kalil, diretor-presidente do ITpS, as pessoas devem manter os cuidados de prevenção durantes as celebrações de fim de ano, embora o cenário epidemiológico atual seja menos ameaçador do que o dos dois primeiros anos da pandemia.

“A situação não é tão confortável assim. A doença está presente, e o vírus continua circulando. A grande preocupação é com as pessoas que ainda não completaram o esquema vacinal de quatro doses. Elas devem buscar a vacina o mais rápido possível. São essas pessoas que, quando infectadas, estão ficando em situação mais grave”, afirma o especialista.

Ele lembra que, no ano passado, as festas de Natal e de Réveillon foram disseminadoras da variante Ômicron no país, o que causou milhões de novos casos. “Como temos mais pessoas vacinadas e com doses de reforço, uma nova onda pode não ser tão avassaladora, mas a Covid-19 ainda pode matar”, alerta.

O ITpS mostra, ainda, que a sublinhagem BQ.1 da variante Ômicron já é predominante no Brasil. A alta transmissão viral favorece o surgimento de novas mutações e variantes, que podem ter maior escape à vacina, dizem os especialistas.

Internações

A Fiocruz, que monitora semanalmente as internações por Srag (Síndrome Respiratória Aguda Grave), aponta para um crescimento das hospitalizações na tendência de longo prazo (últimas seis semanas) e estabilidade na de curto prazo (últimas três semanas). De acordo com os pesquisadores, “a desaceleração na curva nacional pode ser atribuída à queda recente nos casos de Srag nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo”.

Em 20 das 27 unidades da federação há crescimento moderado de Srag na tendência de longo prazo: todas as das regiões Sul e Centro-Oeste, toda a região Nordeste, com exceção da Paraíba, além de Espírito Santo, Minas Gerais, Pará, Rondônia e Tocantins.

Entre as capitais, 14 das 27 apresentam alta de hospitalizações no mesmo período: Aracaju, Belo Horizonte, Boa Vista, Brasília, Curitiba, Goiânia, Maceió, Manaus, Natal, Porto Alegre, Porto Velho, Recife, São Luís e Teresina.

Como reduzir o risco de contaminação no fim do ano?

– Complete o esquema vacinal contra a Covid-19 com as duas doses regulares e as doses de reforço indicadas para a sua faixa etária;

– Se for reunir a família para festas, escolha um local amplo e bem ventilado. Se o tempo permitir, faça a comemoração ao ar livre, em quintais ou terraços;

– Se possível, evite beijar e abraçar sem máscara muitas pessoas diferentes, em especial se for do grupo de maior risco, como idosos e pessoas com comorbidades;

– Se estiver em um dos grupos de risco, considere usar máscara durante as celebrações ou manter distanciamento físico dos demais participantes enquanto estiver sem a peça (nos momentos em que for comer ou beber);

– Isole-se e não participe de celebrações se estiver com sintomas respiratórios;

– Faça um autoteste antes de qualquer celebração e, se testar positivo, fique em casa.

 

Fonte: R7

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