Um homem, de 64 anos, suspeito de arremessar uma televisão nas costas de sua própria esposa, de 49 anos, foi preso por violência doméstica, na Vila Santa Helena, em Osvaldo Cruz (SP).
Segundo a Polícia Militar, houve uma solicitação para atendimento de uma ocorrência de violência doméstica na residência do casal e, no local, a vítima relatou aos policiais que o seu companheiro, “muito exaltado e agressivo, teria quebrado vários objetos da residência e não permitindo sua entrada no local”.
Além disso, o homem ainda teria, durante uma discussão, “arremessado uma televisão em suas costas, ameaçando-a de morte”.
O suspeito disse aos policiais que danificou objetos “que eram dele”. O homem precisou ser contido, recebeu voz de prisão e foi conduzido à Delegacia da Polícia Civil, em Osvaldo Cruz.
Em entrevista , na tarde desta segunda-feira (24), a delegada responsável pelo caso, Patrícia Tranche Vasques, titular da Delegacia da Defesa da Mulher (DDM), em Adamantina (SP), disse que o homem passou por audiência de custódia no sábado (22) e responderá “em liberdade pelos crimes de ameaça e lesão corporal dolosa”.
A delegada também explicou que o suspeito foi liberado mediante decretação de medidas protetivas de urgência em favor da vítima e, caso descumpra a decisão judicial, “poderá ser preso preventivamente”.
“Em caso de flagrante, [o homem] será preso. Ou por relato posterior, a autoridade policial representa acerca da prisão preventiva”, complementou.
‘Não podemos subestimar o agressor’, diz delegada
A delegada Patrícia Vasques ainda deu orientações sobre como realizar uma denúncia de violência doméstica e explicou sobre a gravidade das agressões.
“Pode ser um empurrão, e ela [a vítima] achar normal. Esta contravenção de vias de fato, porque não resultou em lesões, pode, posteriormente, acabar em uma lesão corporal, evoluir para uma lesão corporal, que causa ferimentos e, posteriormente, evoluir para uma tentativa de homicídio, que, no caso, seria feminicídio. Começa, às vezes, com uma ameaça, com uma chantagem: ‘Se você não for minha, você não vai ser de ninguém’. Nós não podemos subestimar o agressor, ainda mais se ele é dado ao consumo de bebidas alcoólicas, de drogas, que ele toma medicamento controlado e ainda usa alguma droga ou ingere bebida alcoólica. Nós não podemos subestimar a outra pessoa”, pontuou.
Como denunciar?
A delegada Patrícia Vasques ainda reforçou que todas as vítimas devem procurar uma delegacia mais próxima e acrescentou sobre a Lei Maria da Penha, que assegura a aplicação efetiva de medidas em favor da mulher.
“O que ela [a vítima] deve fazer? Procurar uma delegacia mais próxima. Qualquer delegacia. A Polícia Civil está de portas abertas para receber qualquer tipo de denúncia, principalmente no que tange à violência contra a mulher. Nós temos a Lei Maria da Penha, que assegura a aplicação efetiva da lei em favor da mulher. Temos medidas protetivas de urgência. Em caso de descumprimento das protetivas, o autor, o agressor é preso em flagrante delito. Não é possível, em sede policial, arbitrar fiança. Ele, no outro dia, tem que passar por audiência de custódia”, complementou a delegada.
“Nós temos vários crimes na esfera psicológica, em que a vítima pode se valer para poder evitar este tipo de transtorno. De uma via de fato, de um empurrão, pode evoluir até uma tentativa de feminicídio“, concluiu.
Fonte: G1