Rádio Life FM

Mães que cuidam de todos na pandemia

 

 

Grande parte do que se associa ao Dia das Mães não será possível neste domingo, 10. A celebração não terá casas cheias, beijos e abraços apertados nem grandes almoços de família. Ao menos para aqueles que podem e aceitam o distanciamento necessário na pandemia do novo coronavírus, tudo terá de ser adaptado com cuidado.

 

 

Esse sentimento é ainda mais forte entre as mães que trabalham em funções essenciais, da enfermeira à agricultora, da condutora de trem à socorrista, da cientista à profissional de limpeza. Para elas, o dever profissional se soma às precauções redobradas para preservar os filhos e pais idosos.

 

 

A enfermeira obstetra Rita Icassatti Queiroz, de 45 anos, conta ter sentido um “chamado” para seguir. Mãe de Davi e Diego, respectivamente de 6 e 13 anos, ela até se sente “privilegiada” em relação a outros profissionais de saúde neste momento, por trabalhar em uma maternidade em que a “grande maioria” das pacientes tem final feliz.

 

 

No Hospital e Maternidade Santa Joana, na cidade de São Paulo, ela percebe os desafios da enfermagem na pandemia, em que o distanciamento não pode impedir o segurar da mão e outros gestos nos momentos necessários. “Por causa da máscara, tento passar humanização, carinho, pelo olhar.”

 

 

A pandemia é ainda mais presente no cotidiano de Danyella Pereira, de 39 anos, uma das responsáveis pela análise de testes do novo coronavírus no Grupo Fleury. “Conforme a gente vai liberando o resultado, enxerga mais ou menos o que está acontecendo. Às vezes, olha os casos positivos e, dependendo da idade, fica mais sensibilizada.”

 

 

Ela conseguiu trocar o plantão deste domingo, mas não vai ter almoço com avó, mãe, pai, tios, primos e irmã. Ficará em casa com o marido e a filha, Iris, de 3 anos, mas todos já planejam festejos. “Quando acabar (a pandemia), vai ser tudo fora de época, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, uma festa para cada, para tirar o atraso.”

 

 

Já Carolina Elias Sabbaga, de 46 anos, liderava estudos do protozoário da Doença de Chagas no Instituto Butantã até ser uma das diretoras de laboratório chamadas a participar da força-tarefa para reduzir a fila de testes do novo coronavírus na rede estadual. “É uma loucura o dia inteiro, a gente passou feriados emitindo laudos”, diz.

 

 

Grande parte dessa nova rotina de Carolina é no escritório montado na sala de casa, com o convívio das filhas Luiza e Marina, respectivamente de 14 e 18 anos. “A mais velha fica envolvida, pergunta muito. Com essa história de trabalhar em casa, todo mundo ouve um pouco. Elas veem que a história que passa na TV está aqui dentro de casa também.”

 

Fonte: Estadão – Priscila Mengue

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