10 de maio de 2020

Mães que cuidam de todos na pandemia

Mães que cuidam de todos na pandemia

 

 

Grande parte do que se associa ao Dia das Mães não será possível neste domingo, 10. A celebração não terá casas cheias, beijos e abraços apertados nem grandes almoços de família. Ao menos para aqueles que podem e aceitam o distanciamento necessário na pandemia do novo coronavírus, tudo terá de ser adaptado com cuidado.

 

 

Esse sentimento é ainda mais forte entre as mães que trabalham em funções essenciais, da enfermeira à agricultora, da condutora de trem à socorrista, da cientista à profissional de limpeza. Para elas, o dever profissional se soma às precauções redobradas para preservar os filhos e pais idosos.

 

 

A enfermeira obstetra Rita Icassatti Queiroz, de 45 anos, conta ter sentido um “chamado” para seguir. Mãe de Davi e Diego, respectivamente de 6 e 13 anos, ela até se sente “privilegiada” em relação a outros profissionais de saúde neste momento, por trabalhar em uma maternidade em que a “grande maioria” das pacientes tem final feliz.

 

 

No Hospital e Maternidade Santa Joana, na cidade de São Paulo, ela percebe os desafios da enfermagem na pandemia, em que o distanciamento não pode impedir o segurar da mão e outros gestos nos momentos necessários. “Por causa da máscara, tento passar humanização, carinho, pelo olhar.”

 

 

A pandemia é ainda mais presente no cotidiano de Danyella Pereira, de 39 anos, uma das responsáveis pela análise de testes do novo coronavírus no Grupo Fleury. “Conforme a gente vai liberando o resultado, enxerga mais ou menos o que está acontecendo. Às vezes, olha os casos positivos e, dependendo da idade, fica mais sensibilizada.”

 

 

Ela conseguiu trocar o plantão deste domingo, mas não vai ter almoço com avó, mãe, pai, tios, primos e irmã. Ficará em casa com o marido e a filha, Iris, de 3 anos, mas todos já planejam festejos. “Quando acabar (a pandemia), vai ser tudo fora de época, Páscoa, Dia das Mães, Dia dos Pais, uma festa para cada, para tirar o atraso.”

 

 

Já Carolina Elias Sabbaga, de 46 anos, liderava estudos do protozoário da Doença de Chagas no Instituto Butantã até ser uma das diretoras de laboratório chamadas a participar da força-tarefa para reduzir a fila de testes do novo coronavírus na rede estadual. “É uma loucura o dia inteiro, a gente passou feriados emitindo laudos”, diz.

 

 

Grande parte dessa nova rotina de Carolina é no escritório montado na sala de casa, com o convívio das filhas Luiza e Marina, respectivamente de 14 e 18 anos. “A mais velha fica envolvida, pergunta muito. Com essa história de trabalhar em casa, todo mundo ouve um pouco. Elas veem que a história que passa na TV está aqui dentro de casa também.”

 

Fonte: Estadão – Priscila Mengue

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