Há seis meses, a pandemia do novo coronavírus (COVID-19) modificou a rotina, os relacionamentos, os estudos, o trabalho de todas as pessoas. Neste novo normal, lidar com a ansiedade, a saúde emocional e mental tem sido um desafio para grande parte da população.
É preciso seguir as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS) para o bem comum. Mas como fica a saúde emocional e mental? Como lidar com a ansiedade neste período? Segundo a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia da UniFAI, Profa. Me. Magda Arlete Vieira Cardozo, são necessárias algumas adaptações e o estabelecimento de uma rotina a ser seguida.
“É a rotina que nos norteia no tempo e nos envolve, dando sentido à vida. Se pensarmos na rotina enquanto algo mecânico e apenas atrelada ao trabalho e ao cansaço, ela tende a ser insatisfatória. No entanto, quando criamos uma rotina adequada às obrigações e também ao que gostamos de fazer, ela nos caracteriza e emoldura um sentido ao cotidiano, algo imprescindível em uma pandemia”, explicou.
A rotina precisa ser intercalada entre obrigações e prazeres. “Essa programação deve incluir um novo hobby, como cantar, dançar ou o resgate de algo que deixamos de fazer, muitas vezes por falta de tempo; pode abarcar a prática de técnicas de relaxamento, automassagem e alongamentos; escrever pode auxiliar, inclusive, na organização dos pensamentos e afetos, contribuindo com alívio de ansiedade. Porém, é essencial o estabelecimento de horários entre trabalho, família, afazeres domésticos, descanso e lazer. Se não houver um estabelecimento claro de horários, o teletrabalho, realizado no lar, pode perder os limites e gerar exaustão ou sensação de estar sendo invadido e desrespeitado”, alertou.
É por isso que planejar o tempo, é fundamental para que tenha um período afetivo de qualidade com a família. “Lembrando que a rotina deve se estender às crianças e aos idosos, que precisam ainda mais de tarefas, ainda que simples, mas, muito simbólicas, no sentido de se sentirem incluídos, importantes e produtivos, e não como um fardo, incômodo ou com sensações de tédio, vazio e abandono. Delegar tarefas como molhar as plantas, cuidar dos animais, dobrar as roupas, cozinhar juntos e assistir algumas programações e discutir sobre elas ao final, podem contribuir com o bem-estar da família em geral”, destacou.
Outra orientação é evitar o acesso contínuo às informações que remetem a tragédias ou ao COVID-19. “Isso não significa ficar alheio à realidade, mas não fazer dessas informações o foco do dia. Quando se sentir ansioso, busque as atividades elencadas em sua rotina para o bem-estar”, ressaltou.
Segundo Cardozo, a procura por psicólogos aumentou durante a pandemia. Vários gestores e profissionais da saúde já mencionam preocupações com o cenário enfrentado. “As queixas dos usuários dos serviços de saúde são diversificadas, todavia, destacam-se ansiedade; medo de contágio e de perder alguém; os lutos pelas perdas ocorridas; o receio ou a perda efetiva do emprego ou a diminuição da renda mensal; o consumo exagerado de alimentos e de substâncias psicoativas; violência doméstica”, alertou.
De acordo com a docente “são necessárias ações coletivas em saúde que possam orientar em como enfrentar o isolamento social de forma saudável e que possam ofertar cuidados adequados à comunidade, preparando-se, inclusive, para o retorno gradual às atividades, tencionado uma normalidade possível a um pós-pandemia”, finalizou.
A profissão de psicólogo tem crescido nos últimos tempos e se destacado principalmente em momentos de crises e conflito. Para aqueles que se interessam pela área de psicologia, o Vestibular para 2021 na UniFAI já tem data definida e será realizado no dia 13 de dezembro de 2020. Para mais informações sobre a profissão de Psicólogo, acesse o Portal da Instituição.
por Jesana Lima