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Indústrias brasileiras estão com problemas para adquirir matéria prima

Recuo nas demandas por causa da pandemia resultou em diminuição ou, em alguns casos, paralisação da produção em uma série de empresas

Com a retomada da maior parte das atividades industriais por todo o País e após meses de isolamento social provocado pela pandemia da Covid-19, muitas empresas começaram a ter dificuldades em conseguir matéria prima para suas produções. De acordo com uma sondagem realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), do total de empresas consultadas, 68% estão com dificuldades de obter insumos ou matérias-primas no mercado doméstico e 56% têm dificuldades de adquirir insumos ou matérias-primas importados.

 

Além disso, 82% das empresas ouvidas percebem alta nos preços de insumos, sendo 31% com alta maior do que a previsão. Com isso, a avaliação de uma parte da indústria brasileira é que as dificuldades do mercado de insumos e matérias-primas não irão se resolver ainda em 2020.

 

Segundo o documento o recuo nas demandas por causa da pandemia acabou por impor diminuição ou, em alguns casos, paralisação da produção em uma série de empresas. A forte queda no faturamento fez com que as companhias ficassem com dificuldades para cumprir pagamentos, ao mesmo tempo que o acesso ao capital de giro tornou-se mais difícil. É isso o que explica a economista da FGV, Renata de Mello Franco.

 

“Observamos que a redução de matéria prima para a produção industrial ocorreu pela necessidade de fechamento de linhas de produção por motivos sanitários. Então nesses meses de isolamento social mais intensos, algumas empresas acabaram desfazendo de seus estoques. E o que a gente observou é quando o setor industrial começou a se recuperar, de maneira mais forte nesse segundo semestre, as empresas, principalmente produtores de insumos, estavam com estoques baixos e não conseguiram dar vazão à demanda”, detalhou a economista.

 

Ronaldo Andrade Lacerda é dono da Lynd Calçados, fabricante de tênis esportivos de Nova Serrana (MG) e, também, é presidente do Sindicato Intermunicipal das Indústrias de Calçados de Nova Serrana (Sindinova) – que representa 830 indústrias de calçados do polo mineiro. Para Ronaldo essa dificuldade em conseguir insumos têm atrapalhado a produção.

 

“Estamos com uma limitação muito grande no abastecimento de matérias primas e insumos, por exemplo, os laminados que nós usamos para colocar na parte superior do calçado e o PVC em polímero que usamos na fabricação dos solados. Tivemos uma alta muito grande nesses preços e em alguns momentos críticos como o mês de agosto e o mês de outubro com quebras de fornecimento”, explicou

 

Fonte: Brasil 61

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