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Grupo que falsificava documentos e cadastros telefônicos é preso durante operação da Polícia Civil

Casal adquiria chips telefônicos, que eram cadastrados em nome de terceiros e depois vendidos a criminosos. Investigações começaram em Presidente Prudente.

Três pessoas que falsificavam documentos e cadastros telefônicos foram presas durante operação da Polícia Civil. A ação, denominada Falaz, realizada na manhã deste segunda-feira (31), ainda cumpriu quatro mandados de buscas domiciliares, com a apreensão de inúmeros documentos, chips, celulares e eletrônicos. Também houve o bloqueio e sequestro de contas vinculadas aos CPFs do casal suspeito de liderar os crimes. As investigações partiram de Presidente Prudente.

 

De acordo com a polícia, a atuação do grupo consiste em falsificar ideologicamente dados em milhares de documentos privados (cadastro de operadora de telefonia), usar nomes de pessoas sem o consentimento.

 

Esses dados eram comercializados desonestamente para que outras pessoas utilizassem espuriamente e em crimes, o que causava prejuízo direto à operadora (com ou não pagamento da fatura, configurando o crime de estelionato), bem como às pessoas físicas (com o cometimento de ações em seus nomes com risco a empresas de cobrança).

 

No início deste ano de 2021, a Polícia Civil, por meio da 1ª Delegacia de Investigações Gerais da Divisão Especializada de Investigações Criminais (Deic), foi procurada por uma vítima de Presidente Prudente (SP). O registro foi feito para resguardo, pois ela havia recebido duas cobranças de empresa de telefonia para prefixos que jamais havia cadastrado e ficou temerosa que pudessem usar os seus dados em ações ilícitas posteriores.

 

Como o fato “tem se tornado rotineiro na sociedade”, segundo a polícia, houve a instauração de inquérito policial em Presidente Prudente e, assim, diversas ações de polícia judiciária foram realizadas em fontes abertas e fechadas.

 

Após aproximadamente três meses de análise de dados foi possível a identificação de uma célula criminosa, permanente, de indivíduos que praticam as ações há dois anos.

A polícia descobriu um casal morador na zona sul da cidade de São Paulo (SP) que, com o apoio de terceiro, recebe dados de pessoas físicas (pessoas prejulgadas e com crédito aprovado), e adquirem chips de telefonia. Essas cadastram nas operadoras com os dados de terceiros – vítimas, passando-se por estas.

 

Após, aproveitando exatamente do crédito obtido honestamente por essas pessoas, transformam em planos controle vendendo-os para milhares de outros criminosos para praticarem suas ações espúrias e graves, ocultando as identidades verdadeiras e colocando em risco aqueles cadastrados (que passam a ser investigados inicialmente como cúmplices ou são reiteradamente cobrados pela empresa, inclusive, podendo ter prejuízo com a fixação da dívida).

 

Outros autores foram identificados fazendo a venda dos chips a outros criminosos.

Durante a investigação foi possível a localização de, ao menos, 2.000 dados de pessoas físicas de todos os lugares, bem como centenas de cadastros falsos de chip.

 

Exemplificativamente, em apenas uma operadora foram identificadas em um ano mais de 920 chips possivelmente fraudulentos.

 

Uma criança, ao menos por uma oportunidade foi captada sendo corrompida a auxiliar o casal na atividade delinquente de comercialização dos chips.

 

Ainda, ações criminosas foram captadas com os chips comercializados pelo grupo, essencialmente o tráfico de drogas associado em alta escala.

 

A prisão é temporária podendo ser representada a sua conversão à preventiva.

Todos responderão por falsidade ideológica (contra todas as vítimas pessoas físicas), estelionato (contra as operadoras), corrupção de menor (por envolver a criança na atividade), bem como pela associação criminosa.

 

Fonte: G1

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