23 de maio de 2019

Game of Thrones e a política brasileira – Coluna Opinião

Game of Thrones e a política brasileira - Coluna Opinião

Game of Thrones e a política brasileira
Analisando Game of Thrones e o atual cenário político brasileiro
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“O poder está onde os homens acreditam que ele está. É um truque, uma sombra na parede.”
George R. R. Martin
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Dias atrás vivenciei com alguns amigos a ânsia pela última temporada e quiçá pelo último episódio da série Game of Thrones (GOT). Com certeza, a série já marcou presença na casa de milhões de espectadores. Porém, confesso que não consegui me incluir nesses milhões, estagnei na primeira temporada.
Em inúmeras pautas de conversa, o assunto GOT acaba surgindo aqui ou acolá, no entanto percebo que é muito comum a relação da série com a política brasileira. Nesse sentido, em uma das matérias do site BBC (https://www.bbc.com/portuguese/brasil-48316989), o próprio autor dos livros que se baseia a série, George R. R. Martin, afirma que se inspirou em acontecimentos históricos e políticos, especialmente da Inglaterra.

Tiago Rafael   1Tiago Rafael

Na série, diversas são as semelhanças que podemos apontar com a política brasileira. O professor Leandro Karnal, cita como exemplo “que os grupos envolvidos não buscam o ‘poder’ pelo clamor das massas, para produzir justiça social ou progresso. Querem o ‘trono’ para atingir objetivos pessoais, e usam dos recursos necessários para isso.”
Para quem acompanhou a série desde o início ou leu os livros, perceberá que as alianças formadas pelos diferentes grupos, se tornaram essenciais para a permanência ou não no “poder”, algo muito comum na política brasileira, com seu fisiologismo e suas “reuniões secretas”. Talvez, nossos partidos políticos sejam como os clãs? Quem sabe?
Na série também é possível identificar os diferentes tipos de líderes de cada casa, e colocá-los em uma escala de “fracos ou fortes” e da mesma forma vivenciar a ânsia por um possível “Salvador da Pátria”, ou quem sabe, um “mito” (Azor Ahai). O que de fato pode ser constatado nas inúmeras sociedades que ainda acreditam que um dia haverá um líder ‘perfeito’.
Diante disso tudo, podemos apenas constatar algumas coisas: A busca pelo trono (poder) continua, as alianças que lá se apresentam, por aqui se fazem em prol disso ou daquilo e ninguém sabe o real motivo desses conchavos (Será?), os clãs ou partidos, como queiram, continuam se vendendo (Haja verba e lagosta para tudo isso!), líderes se fazem de acordo a opinião pública, reproduzindo aquilo que a massa quer ouvir e quanto ao “Salvador da Pátria”? Esse só na ficção mesmo, porque na prática está bem difícil! Afinal, a fórmula da água é mais importante.

Tiago Rafael dos Santos Alves
Professor e Historiador
[email protected]

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