28 de fevereiro de 2024

GALLIPOLI: O FATO COMO MEMÓRIA HISTÓRICA!

GALLIPOLI: O FATO COMO MEMÓRIA HISTÓRICA!
Sérgio Barbosa

 

“O jornalista tem que ser inconveniente deve ser inquieto por natureza”

(Juarez Soares)

Sérgio Barbosa (*)

 

Entre as muitas atividades desenvolvidas pelo olhar do jornalista neste novo tempo que se chama globalização, está a reflexão frente aos acontecimentos em nível mundial, tais como: guerras, revoluções, golpes, repressão, tortura e outros…

O início do século XX foi um marco para a história contemporânea, haja vista, a chamada “Belle Epoque”, isso é, viver e deixar viver pelo mesmo tema, afinal, era uma bela época para o mundo, principalmente no continente europeu…

Mas nem tudo são flores neste contexto, eis que acontece um assassinato por meio de um ato terrorista em plena rua da bela época e pronto, tem início a chamada I Guerra Mundial, conhecida como a “guerra das trincheiras” envolvendo dezenas de países num conflito sem precedentes para os povos envolvidos no processo bélico…

O jornal “O Estado de S.Paulo” conhecido como “O Estadão” , faz alguns anos, publicou mercado editorial, material de primeira linha e abordando o tema em pauta, isto é, a I Guerra Mundial sob o olhar de “Julio Mesquita”, jornalista brasileiro que cobriu a guerra para o jornal durante os quatro anos (1914-1918) e respondeu pelo jornal entre nos anos 1891-1927…

Não é uma tarefa fácil executar a cobertura de uma guerra como jornalista, o perigo é uma companhia constante nesta atividade, basta rever o trabalho da imprensa nos grandes conflitos depois da II Guerra Mundial, quando os profissionais desta área foram responsáveis pela finalização sob pressão da sociedade norte-americana da Guerra do Vietnã que movimentou os anos 60 e 70…

Durante a realização da I Guerra Mundial (1914-1918) aconteceram, como sempre, centenas de combates pelos campos de batalha em meio à agonia de uma trincheira qualquer, assim, registra-se neste texto, um fato como tantos outros, porém, “in memoriam” daqueles que lá estiveram e morreram pela causa de um poder qualquer ou uma bandeira sem mastro…

A memória enquanto história se faz presente para delimitar até onde o homem levanta sua convicção patriótica, visando assim, o bem estar dos outros, ainda mais em tempo de guerra…

Numa manhã, 25 de abril de 1915, num lugar chamado Gallipoli, as tropas australianas formadas pela elite jovem do país, desembarcam nesta praia sob fogo constante do exército turco…

O tempo se chama hoje para aqueles jovens australianos na península de Gallipoli que contavam com o fator surpresa, porém, nem sempre as coisas acontecem da melhor forma possível, assim, o desembarque da Unidade Militar Australiana com auxílio das tropas da Nova Zelândia deixou a desejar no confronto com os turcos…

Os exércitos permaneceram oito meses em Gallipoli, os soldados australianos e neozelandeses sucumbiram sob as balas do inimigo comum, também, pelas doenças próprias de uma guerra sem trincheira para ambos os lados; deixando um rastro de destruição neste período…

O total da carnificina deixou 7.594 mortos, além de mais 20 mil feridos e mutilados em nome da causa perdida nesta primeira grande guerra do século XX, registra-se ainda que, 1/5 dos soldados australianos não passavam dos 21 anos…

_________________________________

(*) Jornalista profissional diplomado e pesquisador da cátedra unesco/umesp de comunicação para o desenvolvimento regional.

e-mail: [email protected]

 

 

Compartilhe esta notícia