Um homem, de 67 anos, foi multado em R$ 5 mil e responderá criminalmente por manter uma arara-canindé em cativeiro, em uma propriedade rural, em Adamantina (SP).
Conforme informações da Polícia Ambiental, os policiais realizavam patrulhamento pela zona rural e constataram a presença da ave em uma propriedade sem a autorização do órgão ambiental competente.
Ao ser questionado, o idoso afirmou não ter qualquer documentação ou autorização para manter o animal em cativeiro.
Um Auto de Infração Ambiental foi elaborado no valor de R$ 5 mil por “ter em cativeiro espécime da fauna silvestre sem a devida autorização”, conforme a Resolução SIMA 05/2021.
A ave foi apreendida e solta em seu habitat natural, por ter sido capturada recentemente. O homem também responderá criminalmente pelo caso.
A espécie
A arara-canindé (Ara ararauna) é encontrada, no Brasil, desde a Amazônia até o Paraná e em outros países, como Panamá, Colômbia, Guianas, Equador, Peru, Bolívia, Paraguai e Argentina.
A ave traz na plumária as cores da bandeira do Brasil, é conhecida como arara-de-barriga-amarela ou simplesmente arara-amarela e está ameaçada de extinção.
Talvez uma das razões seja o fato de ela deslocar-se a grandes distâncias durante o dia, entre os locais de descanso e de alimentação, e ser, por isso, uma presa fácil.
Quando esses animais são caçados para a venda, as árvores com os ninhos costumam ser derrubadas. Isso não só prejudica a reprodução de diversas espécies de aves que utilizam o mesmo ninho em épocas reprodutivas diferentes, como altera por completo o habitat desses animais.
A arara-canindé costuma fazer seus ninhos em buracos no tronco, onde põem seus ovos. Os filhotes permanecem no ninho até a décima terceira semana, período no qual são alimentados pelos pais que regurgitam o alimento em seus bicos.
O bico forte dessas aves costuma ser usado também para ingerir pedrinhas, que auxiliam na trituração de sementes de algumas das palmeiras que fazem parte da dieta dessas araras. É o caso do buriti, tucum, bocaiúva, carandá e acurí.
As araras-canindé são consideradas “predadoras” de algumas palmeiras, porque ao triturar suas sementes impede a dispersão destas plantas. Mas vale dizer: desde o descobrimento do País, as araras (bem como papagaios, periquitos, jandaias e maracanãs) são responsáveis pela alcunha dada ao Brasil de “Terra dos Papagaios”.
Geralmente elas voam em pares ou grupos de três indivíduos. A mesma combinação é mantida quando estão em bando (de até 30 indivíduos). Muito encontrada em cativeiro, onde chega a durar 60 anos.
Fonte: G1