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Eletrodomésticos que mantêm temperatura interna mais baixa precisam de mais atenção nos dias de calor

PROFESSOR DANILO FERREIRA DE SOUZA, DA UFMT, FALA SOBRE USO DE EQUIPAMENTOS NOS DIAS DE CALOR (Crédito: Banco Pessoal/ Prof. Mestre Danilo Ferreira de Souza)

Por todo Brasil, portais de previsão do tempo têm alertado sobre as ondas de forte calor, diversos regiões do país sofrem com tempo quente e mais seco. Sem previsão de chuvas contínuas e com o aumento da temperatura, a solução para amenizar a temperatura é buscar alento com o uso de ventiladores e condicionadores de ar. Outros aparelhos mais acionados nessa época são freezers e geladeiras, que ajudam no condicionamento de alimentos e bebidas por mais tempo. Acontece que o uso desses equipamentos em dias mais quentes tem um detalhe que muita gente não sabe: por causa do calor eles precisam trabalhar mais para manter o desempenho dos dias mais frescos. Para explicar melhor o que acontece com os eletrodomésticos nesse período, a Energisa conversou com um especialista no assunto.

“O ar-condicionado trabalha com um sistema de trocas térmicas em que, quanto maior a diferença entre a temperatura ambiente e a que se deseja atingir, maior será o tempo de operação deste aparelho. Por exemplo, se dentro de um lugar a temperatura está em 29°C e desejamos um cômodo mais fresco com o uso do ar-condicionado, reduzindo para 23°C, temos um determinado consumo energético para realizar esta atividade. Mas se a temperatura está em 40°C e nós desejamos reduzir para os mesmos 23°C, sabemos que o condicionador de ar levará mais tempo de operação em sua máxima potência até atingir os 23°C. Somado a isso, tem o fato de que para manter essa temperatura, o equipamento terá um consumo de energia significativamente maior”, explica o professor adjunto da Universidade Federal de Mato Grosso, Danilo Ferreira de Souza, graduado em Engenharia Elétrica, especialista em Engenharia de Segurança do Trabalho e em Energia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, e mestre em Energia pelo Instituto de Energia e Ambiente/IEE da Universidade de São Paulo/USP

Trocando em miúdos, isso significa que mesmo sem perceber e sem mudar hábitos, o consumo de energia pode subir nos dias mais secos e quentes. Danilo avalia que para evitar o consumo excessivo é importante que os equipamentos e sistemas elétricos estejam devidamente dimensionados para cada local específico, seguidos das melhores recomendações de instalação. O mesmo acontece, por exemplo, com a geladeira. Mesmo que uma pessoa mantenha os hábitos, cada vez que a porta da geladeira é aberta, o ar quente externo entra, fazendo com que o compressor necessite “trabalhar mais” para garantir que o interior da geladeira permaneça refrigerado na temperatura desejada.

Dalessandro Luis Mafei, gerente de Serviços Comerciais da Energisa Sul-Sudeste, pontua que uma boa opção para entender essa variação é observar o histórico do consumo que está na conta de energia, ou no aplicativo Energisa On. Com essas informações em mãos, é possível observar que o consumo entre os meses de setembro a janeiro acaba sendo maior do que nos outros meses. “É importante, no momento de analisar esse histórico, olhar também como foi o consumo no mesmo período do ano anterior, quando as condições climáticas eram parecidas, pois as alterações de temperatura fazem a diferença na conta. Temos que usar a energia de forma econômica durante todo o ano, mas nos dias de muito calor o cuidado precisa ser redobrado”, pondera Dalessandro.

Danilo lembra, no entanto, que não é só o consumo dos equipamentos que pode impactar no aumento do consumo neste período do ano. “O principal impacto refere-se aos hábitos de consumo nesses períodos de maior calor e de variação do clima. Por exemplo: com a umidade do ar baixa, a recomendação é de utilizar umidificadores de ar. Como o umidificador é um equipamento eletroeletrônico teremos mais um equipamento consumindo energia”, pontua o professor.

Segundo Danilo, alguns pontos são fundamentais para ajudar a usar de forma mais econômica a energia. Conheça alguns:

Para verificar se a borracha da sua geladeira ou freezer está vedando corretamente, o gerente da Energisa dá uma dica: “Pegue uma folha de papel e coloque-a entre a porta da geladeira e a borracha, fechando a porta da geladeira sobre a folha, de forma que o papel fique preso. Puxe a folha e se ela sair sem resistência, é sinal de a borracha da geladeira  não está vedando corretamente e o indicado é que seja feita a manutenção”, concluiu.

 

Rodolfo Vendramini Ambrosio
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