Covid-19: mapeamento estadual não indica presença da variante Delta em Adamantina
Dados mais recentes estão atualizados até 25 de setembro (38ª semana epidemiológica).
Os relatórios mais recentes do Boletim Epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes do SARS-COV-2, com dados sequenciados até 25 de setembro (38ª semana epidemiológica), não indicam a presença da variante Delta do novo coronavírus (Covid-19) em Adamantina. Nos últimos 20 dias – conforme divulgou a Prefeitura nesta quinta-feira (14) – a cidade teve 256 novos casos positivos da doença, a maioria entre jovens de 19 a 29 anos, óbitos e internações, o que acendeu sinal de alerta.
Porém, a variante Delta está presente em 10 cidades do Departamento Regional de Saúde (DRS) de Marília (Álvaro de Carvalho, Alvinlândia, Assis, Garça, Ipaussu, Marília, Palmital Paraguaçu Paulista, Salto Grande e Santa Cruz do Rio Pardo), com o total de 49 casos, e em outras 3 cidades do DRS de Presidente Prudente (Anhumas, Presidente Prudente e Santo Anastácio), com 8 casos. Em todo o Estado são 3.026 registros (veja aqui a lista completa).
A confirmação de variantes ocorre por meio de sequenciamento genético. Os dados foram obtidos na última quarta-feira (17) pelo SIGA MAIS junto à Secretaria Estadual de Saúde. Em resposta à solicitação da reportagem, o órgão enviou a tabela com a relação das cidades paulistas onde a variante foi identificada. Todavia, os estudos mais recentes consideram dados mapeados até 25 de setembro pela Rede de Alerta, formada pelo Hemocentro de Ribeirão Preto/FMRP – USP; FZEA – USP/Pirassununga; Centro de Genômica Funcional (ESALQ – USP)/Piracicaba; Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP/Botucatu; FAMERP – São José do Rio Preto; Mendelics (privado) e Centro Analítico de Genômica e Proteômica do Instituto Butantan.
Os dados atualizados até 25 de setembro mostram que foram feitos 113.303 exames na região do DRS-IX. Deram positivo 41.185 (36,3%) e, entre eles, 1.141 (2,8%) foram sequenciados. Entre os casos sequenciados, a variante Delta predomina na região do DRS de Marília.
Os metadados foram extraídos pela Rede de Alerta junto ao Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL) do Estado de São Paulo, onde há o registro das testagens de SARS-CoV-2 da maioria das cidades paulistas.
Testagem realizada em Adamantina não permitem sequenciamento
Os exames para detecção da Covid-19 realizados pelo Município, em Adamantina, permitem resultados no mesmo dia, porém não possibilitam o sequenciamento genético para detecção do tipo de vírus e possíveis variantes.
Sem esses dados mais complexos, inclusive sobre a presença de eventuais variantes na cidade, e diante do aumento de casos nas últimas semanas, a partir deste sábado (16) a Secretaria Municipal de Saúde vai passar enviar as amostras biológicas de moradores com quadro suspeito, para o Instituto Adolfo Lutz, para realização do exame de RT-PCR (padrão ouro) para detecção da presença do vírus e possível sequenciamento genético. É esse o procedimento que permite a detecção de variantes.
O modelo até então adotado pelo Município de Adamantina realiza exames para detecção através da metodologia de imuno fluorescência do antígeno, conforme divulgou nesta sexta-feira (15) o poder público municipal. “Através deste exame não é possível saber qual o tipo de vírus está circulando no município”.
“Variantes de atenção”
Segundo informações complementares enviadas pela Secretaria Estadual de Saúde ao SIGA MAIS, junto com o relatório da Rede de Alertas, as variantes Delta, Alpha, Beta e Gamma, são classificadas como “variantes de atenção” pelas autoridades sanitárias devido à possibilidade de aumento de transmissibilidade ou gravidade da infecção, por exemplo.
A Secretaria explica que o Estado São Paulo é a unidade federativa que mais realiza o sequenciamento genético para a detecção de variantes, no Brasil. Em virtude deste trabalho, um balanço do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) identificou, até 20 de setembro, 3 casos autóctones de Beta, 46 de Alpha, 3.026 de Delta e 2.362 de Gamma. “O sequenciamento é um instrumento de vigilância, ou seja, de monitoramento do cenário epidemiológico, que não deve ser confundido com diagnóstico, este sim de caráter individual. Portanto, não é necessário, do ponto de vista técnico e científico, sequenciamentos individualizados, uma vez confirmada a circulação local da variante”, destaca.
Ainda de acordo com a Secretaria Estadual de Saúde, as medidas já conhecidas pela população seguem cruciais para combater a pandemia do coronavírus: uso de máscara, que é obrigatório no Estado de São Paulo; higienização das mãos (com água e sabão ou álcool em gel); distanciamento social; e a vacinação contra a Covid-19.
58 variantes circulantes em território paulista
Segundo a Rede de Alerta, o sequenciamento genômico iniciou-se no mês de janeiro de 2021 no Estado de São Paulo. Até a 38ª semana epidemiológica já foram sequenciados 27.422 (2,44%) genomas completos de 1.125.805 (34,7%) casos positivos.
Nesse período, até 25 de setembro, foram identificadas 58 variantes circulantes em território paulista. As variantes mais incidentes são a Gama (67,3%), seguida pela Delta (25,6%) e pela variante P.1.7 (3,5%).
Especificamente na 38º semana epidemiológica (período de 19/09/2021 a 25/09/2021), o estudo constatou que a Delta continuou a ser predominante no estado de São Paulo (94,31%), seguida pela Gama (3,14%) e pela variante P.1.7 (1,96%).
A incidência da Delta se tornou predominante no estado de São Paulo desde a 33ª semana epidemiológica (período entre 15/08/2021 a 21/08/2021).
Após o recebimento desses dados o SIGA MAIS solicitou informações ao Instituto Butantan, sobre a previsão de nova atualização de dados pela Rede de Alerta. Porém, até a publicação deste conteúdo, não havia sido recebida a resposta.
Acesse aqui o Boletim Epidemiológico da Rede de Alerta das Variantes do SARS-COV-2, com dados sequenciados até 25 de setembro.
Fonte: Siga Mais