30 de dezembro de 2021

Com acervo inicial de 2 mil itens, entre fotos, vídeos e documentos, Adamantina ganha Museu Virtual

Com acervo inicial de 2 mil itens, entre fotos, vídeos e documentos, Adamantina ganha Museu Virtual
Três adamantinenses que hoje moram fora se mobilizaram para organizar e publicar o acervo.

Três adamantinenses apaixonados pela história da cidade, e sensíveis a esse tema, se mobilizaram e criaram o MUVIA – Museu Virtual de Adamantina. O serviço está disponível desde a última sexta-feira (24) na internet, em domínio próprio, com o endereço www.muvia.com.br. A iniciativa é assinada por Sueli Yamauti, Marcelo Rosilho e Néio Souza Bom Junior, que hoje moram em São Paulo (SP).

A novidade tem um acervo inicial de dois mil itens, entre fotos, vídeos e documentos, reunidos a partir de publicações realizadas no grupo “Somos Nós de Adamantina”, no Facebook, ambiente de interações que atualmente reúne 11 mil membros, onde os três são administradores.  A partir dos conteúdos postados nesse espaço, e a dificuldade de organizá-los por lá – de modo a facilitar sua localização e pesquisas – nasceu a proposta.

Marcelo Rosilho, Sueli Yamauti e Néio Souza Bom Junior, idealizadores do MUVIA (Reprodução/MUVIA).

Ao SIGA MAIS, Néio falou sobre a novidade, pensada inicialmente pela Sueli Yamauti, também criadora do grupo “Somos Nós de Adamantina”. “Como no Facebook os materiais se alternam e se misturam sem uma ordem, surgiu então a opção de organização de todo o acervo separado por tema, e nasceu a ideia do museu, elaborado através de um site”, conta. “O objetivo é resgatar e preservar a história educacional, social, política, administrativa e esportiva de Adamantina desde a criação da cidade, por meio da organização do seu enorme acervo de material e informações”, destaca o entusiasta.

Em mais de 80 abas, acessadas a partir do menu, o MUVIA traz o registro de eventos, acontecimentos históricos, hábitos, costumes, personagens e demais elementos culturais dos adamantinenses, através de sua história, além de divulgá-la. Narra também, em forma de fotos e vídeos, a história do desenvolvimento da cidade em seus vários segmentos. Um vídeo no Youtube também apresenta o novo site.

Organização do acervo e novas inclusões

Sobre o processo de organização do acervo que compõe o MUVIA, Néio explica que todo o trabalho foi baseado no acervo do grupo “Somos Nós de Adamantina”. Ele conta que durante os quatro anos de existência do grupo formou-se um gigantesco banco de dados, fotos, vídeos e documentos, o que exigiu uma ampla mobilização dos idealizadores para organizá-los, por temas, e identificar o conteúdo com alguma referência informativa complementar. “Na medida em que o trabalho foi evoluindo, buscamos também muito material na internet e outras fontes, além do grupo. Houve grande trabalho de pesquisa histórica para darmos sustentação as fotos e vídeos”, descreve.

Vista geral de Adamantina (Acervo João Carlos Rodrigues/MUVIA).

Com a referência inicial de dois mil elementos que narram a história de Adamantina, no Museu Virtual, Néio reitera que o público pode continuar contribuindo. “Para nós, o trabalho do MUVIA apenas começou. Esperamos agora, com esse lançamento, despertar o interesse dos adamantinenses em nos mandar materiais, fotos, vídeos e documentos para colocarmos no Museu. Estamos totalmente disponíveis para recebermos essas colaborações. Toda contribuição é bem-vinda”, diz. “Nós ainda temos muito material guardado para inserir no Museu. São centenas de fotos, vídeos e documentos que ainda estão em fase de identificação para colocação de legendas”, revela.

Néio destaca que a iniciativa do MUVIA também pode, de alguma forma, dialogar com o futuro Museu Histórico Municipal, anunciado neste ano pela Prefeitura local. “Adamantina terá um museu físico, uma ideia brilhante e que tem todo nosso apoio. Porém a visita física é limitada a uma quantidade menor de pessoas, sendo a maioria moradores da cidade”, diz. “No caso do site, todo o acervo poderá ser visto em qualquer parte do mundo e existem adamantinenses por todo o Brasil e mundo afora, que terão oportunidade de acessar as informações. A meu ver, o museu virtual poderá ser um parceiro do físico, ambos são muito importantes para a cidade que podem, e devem, se completar”.

Acidente aéreo em 1957,em Adamantina (Acervo João Carlos Rodrigues/MUVIA).

Poucos dias após o lançamento do MUVIA, os idealizadores já comemoram o feedback. “A recepção tem sido excepcional. Mesmo considerando pessoal viajando nessa época, o marcador de visitas não para”, comemora. Néio ressalta que o site tem um conteúdo robusto e as pessoas levarão um tempo para ver tudo, o que deve atrair o internauta em novos momentos, para revisitação ao acervo virtual. “Com a ajuda de vocês, da mídia, a divulgação será intensa. O trabalho é muito bonito e bem feito, de bom gosto. Acredito que está ao agrado dos adamantinenses”, encerra.

Estrimilique, Zé do Pito e outras histórias

Entre os registros de eventos, acontecimentos históricos, hábitos, costumes e demais elementos culturais dos adamantinenses, há também uma aba sobre personagens que se tornaram referência para toda uma geração. Entre eles, Zé do Pito e Estrimilique.

No MUVIA, Néio assina o texto “Zé do Pito, a lenda”, onde fala sobre um personagem icônico que viveu em Adamantina entre as décadas de 40 e 60, “com seu chapéu, saco nas costas (que ninguém sabia o que tinha dentro), sua barba sempre por fazer, cara de mau e seu inseparável cachimbo”. Segundo o texto, Seu ponto de referência era a antiga rodoviária, porém perambulava por toda a cidade sempre pedindo um café nas casas. Os pais, nessa época, diziam que iriam “chamar o Zé do Pito” quando as crianças resistiam a obedecer ordens e realizar tarefas. “Se não for tomar banho o Zé do Pito vem te buscar”, diziam. E a criança, muitas vezes, atendia a ordem, com medo.

Zé do Pito (Reprodução/MUVIA).

Outro destaque é o relato sobre o personagem, Estrimilique, um artista itinerante que,  de trem, visitava todas as cidades de Marília a Panorama mostrando e vendendo sua preciosa arte e também revendendo lápis. Seu apelido tem origem num problema físico que provocava tremores pelo corpo.

Estrimilique (Reprodução/MUVIA).

Na década de 70 ele atraia o público que adorava observar seu talento e sua excepcional habilidade com a tesoura. “O que ele fazia com uma tesoura e um pedaço de papel era inacreditável. Qualquer tipo de figura saia das suas mãos de forma rápida, com perfeição e beleza, com qualidade que só mesmo os grandes artistas possuem”, escreve Néio.

 

Fonte: Siga Mais

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