4 de novembro de 2023

As Silenciosas dores do Progresso Nos corredores do século XXI Solange Lisboa

As Silenciosas dores do Progresso  Nos corredores do século XXI Solange Lisboa
SOLANGE Lisboa. Poeta e escritora

À medida que caminhamos pelos corredores do século XXI, sentimos   mais intensa necessidade de criar outros rumos, novas perspectivas e novos recursos para enfrentar as distorções e controvérsias das mentes humanas e suas complexidades.

As pessoas são diferentes nesse tempo de tantos desenvolvimentos científicos, de grande participação em temas dantes não tão visíveis, e, no entanto, parece que ficamos insensíveis, tão cheios de conceitos e apuramos os preconceitos, contrariando de maneira inacreditável a sapiência do contexto atual.

Nos meus tempos de juventude, quer parecer que poucas pessoas espalhadas por toda a superfície do Planeta Azul, desfrutavam dos saberes e algumas vantagens das quais dispunham seu universo econômico, que os levava a ter a chave para abrir algumas portas e saborear novos conhecimentos e descobertas da então “incógnita pesquisa científica “.

Hoje as telinhas nos mostram abertamente as fontes que ligam a energia do conhecimento e, mesmo os menos favorecidos tem contato, ainda que indireto, com essas informações.

Aconteceu no passado recente; 50 anos para ver a ciência ACONTECER bem diante dos nossos olhos; fazemos parte dela;

Estão nas lembranças dos que nasceram entre os anos 60 e 80:

 

  • a estrutura tridimensional da molécula de DNA foi descoberta em 1953, por Francis Crick, James Watson e Maurice Wilkins, quando trabalhavam em Cambridge, no Reino Unido;
  • O homem foi a Lua – 20 de julho de 1969 – Neil Armstrong e Buzz Aldrin pousaram com segurança em “Mare Tranquillitatis”, deixaram marcas de seus passos na lua
  • A velocidade do mundo foi alterada drasticamente, posso dizer que “Vi Acontecer”: a ciência se multiplicando e as pessoas se movendo em supersônicos, aviões mais velozes que o som, o OVERTURE com promessa de 1.800km/h e nenhum som. Mais recente os X-59 desenvolvido pela NASA, emitirão sons de apenas 75 decibéis.

O que de mais moderno, o conhecimento humano puder promover: está acontecendo agora!

Os assombrosos eventos da ciência, voam por esses corredores distribuindo o bem e o mal, empatia e indiferença, paz e guerra, amor e ódio, verdades e fakes.

 

O Ser Humano fez tantas descobertas, criou benefícios até então inesperados:

Tiramos o som dos aviões; tiramos a dor dos injetáveis; o gosto ruim dos xaropes; criamos os medicamentos antirretrovirais (ARV) para impedir a multiplicação do HIV no organismo.

criamos portas automáticas; Ah! Jornada nas estrelas; Máquinas, computadores, celulares; diminuímos a distância entre os habitantes do planeta água; criamos desesperadas vacinas, para proteger e preservar a vida e a mais recente e não menos assustadora “Inteligência Artificial”.

E o caminho se alonga e surgem a cada instante mais novidades nesse túnel cheio de portas que denominamos “corredores do novo século”.

Em alguns pontos, antes esporádicos, agora muito frequentes, há muros erguidos pelo silêncio, pelo descaso, pela falta de amor e de humanidade. Temos tudo nas mãos, mas se encontra vazio o coração.

Nesses corredores de avanços, de novas ideias, de novos conceitos, de poucos valores, há um mundo de solitários e carentes, carentes de olhares doces, de boas palavras, de solidariedade, de grandes ou pequenas verdades; um mundo impenetrável, onde a psicologia e a psicanálise batem insistentemente para fazer contado e liberta-las.

carentes de um ponto de descanso, um travesseiro de tranquilidade, um lugar nesse estranho corredor, onde a vida ganhe cor.

Com tanto avanço e descobertas, ficamos descobertos, como aquela estória do lençol curto: “cobrimos os pés e descobrimos a cabeça”.

As dores causadas pela solidão desse mundo pós-moderno, precisa encontrar uma saída, um túnel, um escape para Pandora; para um mundo onde “suicídio não seja uma solução permanente, para um problema temporário”. (Andrew Solomon)

O suicídio não é um fenômeno recente, mas os números têm impactado tão fortemente os órgãos internacionais de saúde que não há dúvidas: estamos diante de um grave problema de saúde pública. No Brasil, cerca de 12 mil pessoas tiram a própria vida por ano, quase 6% da população. No mundo, são cerca de 800 mil  suicídios anuais. O Brasil só perde para os EUA.

Não por acaso, desde 2003, o dia 10 de setembro foi escolhido como o Dia Mundial de Prevenção do Suicídio.

Precisamos com urgência ver a Luz no final desse corredor….

Solange Lisboa
Escritora/ Poetisa

@solnlisboa

[email protected]
19/07/2023

 

 

 

OMS alerta: Suicídio é a 3ª causa de morte de jovens brasileiros entre 15 e 29 anos  https://www.saude.ba.gov.br/2020/09/10/oms-alerta-suicidio-e-a-3a-causa-de-morte-de-jovens-brasileiros-entre-15-e-29-anos/

 

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