Quem acompanha pelos meios de comunicação a situação do Pantanal, que está literalmente em chamas, não imagina o trabalho árduo que as equipes locais, muitas vezes compostas por voluntários, possuem para controlar e evitar que novos focos de incêndio acabem com a vegetação e a vida animal. Ao ver esta situação, três amigos da região de Presidente Prudente, dois biólogos e um estudante de Biologia, na intenção de ajudar diretamente no combate ao fogo, se deslocaram até o Pantanal no dia 16 de setembro, onde desempenham até hoje um trabalho braçal que tem feito a diferença, mesmo com todas as dificuldades.
Os amigos são: Guilherme José Costa, biólogo de 22 anos e morador de Indiana, Pablo Edini Damião, biólogo também de 22 anos e morador de Martinópolis, e Thiago Luiz Santos da Silva 26 anos, estudante de Biologia de Presidente Prudente. O grupo afirma que mesmo com ações pela internet, como doações ou petições online, eles sabiam que as medidas não se comparavam com ações diretas, no próprio Pantanal, e que conseguiriam salvar uma diversidade muito grande de plantas e animais. “Aqui, de fato, nós colocamos a mão na massa, apagamos o fogo de forma braçal, resgatamos animais e atuamos diretamente nesse combate”, afirma Pablo.
Trajeto até Poconé
Até chegarem à cidade de Poconé, uma das mais castigadas pelos incêndios, os amigos saíram de Presidente Prudente com destino a Cuiabá (MT), e de lá pediram um táxi que os levou até o município, em um percurso de aproximadamente 100 km. “Entramos em contato com uma pousada local que faz ecoturismo aqui e precisava muito de ajuda para conter os focos de incêndio, e estamos até hoje tentando fazer o mínimo para reduzir os danos”, afirma o biólogo.
O trabalho, por exemplo, consiste em rondas periódicas para saber se há novos locais com fogo, ou se aqueles que já foram contidos eventualmente voltaram a surgir, além do resgate de animais, ou distribuição de alimento para eles, mesmo esta não sendo a maior demanda local. Nas costas, uma mochila com 20 litros de água, muito pesada segundo o relato do grupo, é a companhia de cada uma das voltas pela mata, que tem um solo muito orgânico e que contribui para que as chamas se alastrem pelo chão, repleto de raízes na vegetação.
“Não teria como imaginar que seria tanto fogo e tanta fumaça somente olhando pelas fotos. Nós respiramos fumaça, enxergamos fumaça e está tudo preto, mas é gratificante poder salvar tudo isso”, afirma Pablo.
Fotos: Cedidas
Por O Imparcial Presidente Prudente