Alunos de Farmácia desenvolvem produtos em sala de aula durante atividade prática

Você sabe como os produtos farmacêuticos, usados no seu dia a dia, são desenvolvidos? Um grupo de cerca de 20 alunos do 7º termo do curso de Farmácia do Centro Universitário de Adamantina (FAI) descobriu isso na prática durante a disciplina de Tecnologia Farmacêutica.
Na atividade, eles elaboraram em sala de aula produtos como gloss com ácido hialurônico, gel anti-inflamatório de nimesulida, diclofenaco sódico (em cápsulas), máscara de hidratação facial e solução de hidróxido de alumínio (conhecido como leite de magnésia).
“Eles [alunos] fazem a pesquisa de matérias-primas, das características físico-químicas, incompatibilidade, concentração de uso e, depois, realizam a prática desses produtos, finalizando a disciplina com o desenvolvimento do produto farmacêutico”, explicou a docente da disciplina e coordenadora do curso, Prof.ª Dra. Fernanda Blini Marengo Malheiros, ao mencionar que os materiais foram utilizados apenas para os procedimentos práticos e desenvolvimento do conhecimento profissional.
Um dos estudantes, Guilherme Verza Carvalho, explicou as etapas do processo. “Primeiramente foi feita a pesquisa sobre a formulação e como fazer. Depois, pesquisamos a função e como utilizar as matérias-primas. Na sequência, fizemos a pesquisa sobre quais materiais da FAI estavam à nossa disposição e se havia [a necessidade de fazer] a substituição com matérias-primas com a mesma função e sem incompatibilidades com a fórmula. Depois disso, partimos para a prática para ver se a fórmula estava correta”. O grupo dele ficou responsável pela solução de hidróxido de alumínio.
Mas, como no processo de aprendizagem há acertos e erros, ajustes precisaram ser feitos para que o produto fosse finalizado corretamente. “No meu grupo houve um erro na prática e tivemos que corrigir uma parte da fórmula. Após refazer o processo e estar de acordo com o resultado esperado, a prática e a fórmula ficaram prontas. Por fim, fizemos uma apresentação do produto e do preparo para a sala como se quiséssemos vender o produto, com slides em um laboratório como se fosse nosso para simular uma apresentação de produto real”, relatou Guilherme.
Outra aluna, Ana Carolina Santana Arruda, também descreveu o trabalho de seu grupo na produção de um gloss. “Primeiro realizamos a pesquisa sobre o gloss para poder escolher qual formulação iríamos fazer, depois de escolhido, pesquisamos sobre as matérias-primas (características físico-químicas), se poderia ocorrer alguma reação indesejada entre elas, e se havia os materiais na Instituição. Para aquelas que não havia, foi realizada uma pesquisa para a substituição na fórmula. Montamos a formulação do gloss e, depois, colocamos em prática os nossos conhecimentos para realizar o preparo”.
Mais que apenas uma experiência em sala de aula, a atividade abriu os horizontes dos alunos para os caminhos do futuro na carreira profissional. “Quando formos farmacêuticos formados, iremos precisar do conhecimento para preparo de formulações, para realizar substituições, por uma que não altera a formulação e sua utilidade, caso não haja a matéria-prima necessária. [Essa atividade] prepara os alunos para as dificuldades que iremos encontrar no futuro”, destacou Ana Carolina.
Segundo Guilherme Verza, com esse trabalho os alunos puderam aprender a pesquisar com farmacopeias e artigos e a substituir matérias-primas evitando reações indesejadas nas fórmulas. “Quando você tem que fazer toda a pesquisa, a fórmula e a prática etc., parece que o conteúdo pesquisado e estudado se fixa mais na memória. Realmente se aprende sobre o assunto. Foi uma primeira experiência montando uma apresentação para vender o produto e, ao todo, foi um trabalho bem desafiador, por sair da zona de conforto, mas muito proveitoso também”, acrescentou ele.
“Isso é muito importante para o aprendizado, conhecimento e crescimento profissional deles, porque quando eles forem trabalhar em qualquer área, seja ela farmácia de manipulação ou até mesmo de indústria, eles estarão aptos a desenvolver medicamentos e a auxiliar, também, no processo de preparo dos medicamentos ou de melhora dos já existentes”, completou a Prof.ª Dra. Fernanda Blini.
Por Daniel Torres