O entendimento do que é direita e do que é esquerda tem causado grande confusão, em especial com o advento da internet que possibilita a qualquer um, mesmo pessoas que não tem conhecimento suficiente sobre o assunto, terem a atenção e trazerem conceituações erradas a esses termos. A coisa esta tão enrolada atualmente no Brasil, que dividiram a população entre os apoiadores do atual presidente que são a “direita” e os “comunistas” que é toda e qualquer pessoa que se diz contrária à Bolsonaro, mesmo que seja alguém da direita e que já o apoiou anteriormente. Precisamos então entender seu real significado.
Ao contrário do que muitos acreditam nos dias de hoje, os termos Direita e Esquerda tem pouco ou nada a ver com questões de Capitalismo versus Comunismo, apesar de ter sim certa correlação ao Conservadorismo versus Progressismo. Os termos surgiram na época que antecedeu a Revolução Francesa, especificamente quando o Rei Luís XVI fora obrigado a assinar a carta constitucional francesa, gerando como resultado a Monarquia Constitucional. Neste período histórico, nas sessões do parlamento, os que eram favoráveis ao Rei, e ao restabelecimento do antigo regime, se sentavam à direita do presidente da assembleia, e os que desejavam a implantação da República se mantinham sentado à esquerda dele. Esta é a origem dos termos.
Com o avançar dos anos, o termo ‘esquerda’ foi sendo apropriado por todos os grupos que exerciam pressão política no sentido de modificar a situação presente, daí o fato de hoje ser sempre ligada ao conceito de revolução, modificação. Enquanto o termo ‘direita’ em oposição lógica, foi apropriado por aqueles que desejavam manter as situações políticas, econômicas e sociais do jeito que atualmente se encontravam.
Foi somente a partir dos estudos de Marx e Engels (século XIX), e com o surgimento das lutas de classes, especialmente as operárias, é que os termos se vincularam aos conceitos do que hoje temos, em termos de a esquerda representando o comunismo ou o socialismo e a direita representando o capitalismo ou o liberalismo.
Mas o que distingue um do outro, em especial quando colocamos estes dois espectros ideológicos na realidade brasileira?
Como vimos anteriormente, e basta um simples olhar sobre as nossas constituições, o Brasil não foi formado por choques ideológicos. Na verdade, a política brasileira, salvo raras exceções, é marcada pela negociação e pelo meio termo. É por isso que no Brasil o único meio de fazer política que deu certo, ressalvadas as problemáticas inerentes, foi o que chamamos de Presidencialismo de Coalisão.
Mas fato é que, aplicado estes conceitos modernos de esquerda e direita no Brasil, aquele mesmo dos coronéis, dos currais eleitorais, dos redutos, das favelas, das grandes concentrações de riqueza e da pluralidade partidária, tivemos como resultante, ideologias de caráter difuso, com partidos políticos que se dizem de esquerda e, no entanto, com programas políticos administrativos que mais o colocariam ao centro, e em muitos momentos que o colocariam à direita. E da mesma maneira o inverso, com partidos políticos que se colocam no espectro ideológico de direita, mas que, ao assumirem o poder, implantam medidas que mais se aproximam do centro ou da esquerda propriamente dita.
*Ricardo Holz, é especialista em administração pública e autor do livro ‘Manual básico para não ser enganado por políticos.”
@ricardoholzoficial
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