Olimpíadas Paris: Atleta de Adamantina critica recebimento de uniformes masculinos para competir.

Olimpíadas Paris: Atleta brasileira critica recebimento de uniformes masculinos para competir

A atleta Izabela da Silva, especialista em lançamento de disco e representante do Brasil nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, expressou frustração ao receber uniformes masculinos, após não encontrar opções femininas adequadas para seu tamanho. Segundo ela, ao retirar as peças fornecidas pela Puma, fabricante oficial dos uniformes da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), todas as peças disponíveis eram destinadas ao público masculino.

“Estou bastante chateada porque solicitei algumas peças masculinas e acabei recebendo apenas masculinas. Não houve nenhuma opção feminina disponível para mim. Recebi 19 peças no total, incluindo mochila e boné, enquanto as atletas femininas receberam 30. Isso é muito triste. Pegar seu uniforme para competir e ser confrontado com essa situação, onde dizem que não há tamanhos disponíveis, é desolador. Por exemplo, os tops vão apenas até o tamanho M, o que é decepcionante e frustrante. Infelizmente, isso é algo recorrente nas seleções. É injusto só porque tenho um porte físico um pouco maior. Por que não pedir um tamanho maior?”, desabafou a atleta.

Izabela da Silva, que conquistou a medalha de ouro nos Jogos Pan-americanos de Santiago 2023 e foi finalista olímpica em Tóquio-2020 no lançamento de disco, possui 1,77m de altura e pesa mais de 100kg, padrões comuns entre atletas de sua modalidade. Apesar de integrar a equipe nacional por mais de uma década, ela lamenta que situações semelhantes ainda ocorram em competições internacionais.

“Acredito que isso demonstra um descaso com os atletas. Essa situação precisa mudar. O que podemos esperar da Confederação Brasileira? É decepcionante que algo assim aconteça repetidamente. Não é razoável que a Puma não consiga produzir uniformes femininos em tamanhos um pouco maiores. Parece que eles só conseguem fabricar para homens, o que para mim não faz sentido algum”, concluiu Izabela.