SÃO PAULO – A polícia procura o ex-médico Roger Abdelmassih. O ex-médico, condenado a 173 anos de prisão por 49 estupros, estava cumprindo prisão domiciliar desde abril, por ser considerado grupo de risco para covid 19.
Mas o Tribunal de Justiça de São Paulo determinou a volta de Abdelmassih ao regime fechado nessa sexta-feira.
Só que nesse sábado (29), na hora em que a polícia foi cumprir a decisão e levar o ex-médico de volta ao presídio de Tremembé, no interior do estado, Abdelmassih não foi localizado no endereço em que deveria cumprir a prisão domiciliar e está sendo procurado pela polícia.
A reportagem entrou em contato com a defesa de Abdelmassih e com a esposa dele, mas, até o fechamento, não teve retorno.
O ex-médico tem 76 anos e, no processo, a defesa alega que ele tem problemas cardíacos, o que o coloca no grupo de risco do coronavírus.
Na decisão que determinou o retorno ao regime fechado, os desembargadores da Sexta Câmara de direito criminal argumentam que apesar dos efeitos da pandemia de coronavírus serem extraordinários, a soltura indiscriminada da população carcerária pode levar ao caos social.
Uma recomendação do Conselho Nacional de Justiça orienta o desencarceramento como forma de combater o avanço do coronavírus nos presídios. Mas até agora a prisão domiciliar para Adelmassih era uma exceção da justiça paulista em relação ao tratamento dado à maioria dos presos que fazem parte do grupo de risco para a Covid-19.
Segundo a Defensoria Pública de São Paulo, até junho, dos quase 26 mil pedidos de soltura, apenas 3% tinham sido atendidos, entre eles, o de Abdelmassih, que, agora, deve retornar ao regime fechado.