Filho é preso e confessa que, em ‘surto psicótico’, assassinou os próprios pais em Santo Expedito
Arma e silenciador utilizados para praticar o crime foram encontrados em uma represa - Foto - Polícia/Cedida.
A Polícia Civil prendeu, na tarde desta quarta-feira (29), Gustavo Bernardelli Cauneto, de 39 anos, que confessou ter assassinado a tiros os próprios pais, Valfrido Cauneto e Maria Vanda Bernardelli Cauneto, na semana passada, em Santo Expedito (SP).
Gustavo é o filho mais novo do casal e foi detido em sua casa, também em Santo Expedito, para o cumprimento de prisão temporária por 30 dias determinada pela Justiça.
Segundo a polícia, Gustavo alegou que teve um “surto psicótico” que o levou a assassinar os próprios pais.
A arma de fogo usada para matar as vítimas foi encontrada em uma represa na chácara de um tio do suspeito.
O casal foi morto a tiros na propriedade rural da família, em Santo Expedito, na última quinta-feira (23).
Valfrido, que já havia sido prefeito de Santo Expedito por dois mandatos entre as décadas de 1970 e 1980, ocupava o cargo de vereador na cidade.
O filho mais velho do casal encontrou o pai, de 76 anos, e a mãe, de 68 anos, já sem vida, por volta das 4h30, quando chegou para ajudar na ordenha de vacas na propriedade rural da família.
Cinco disparos atingiram as vítimas, conforme informou à polícia o Instituto Médio Legal (IML).
Localizada caída na porta do quarto, a mulher apresentava três ferimentos à bala – 1 na perna, 1 no olho e 1 no peito (que transfixou às costas) – e o homem, encontrado entre a cama e um guarda-roupas, duas lesões – 1 na cabeça e 1 na axila, conforme contou o delegado Mateus Nagano da Silva, responsável pelas investigações.
A porta dos fundos da casa estava aberta, sem sinais de arrombamento.
Conforme a Polícia Civil, o local era cercado por câmeras externas, mas a central com as imagens do circuito de segurança foi levada por quem cometeu o crime.
As vítimas foram enterradas na manhã da sexta-feira (24) no Cemitério Municipal de Santo Expedito.
‘Surto psicótico’
Durante as investigações, a Polícia Civil conseguiu reunir indícios e solicitou à Justiça a prisão temporária do suspeito pelo prazo de 30 dias, que pode ser prorrogada pelo mesmo período.
Conforme o delegado Mateus Nagano da Silva, o suspeito já havia sido ouvido inicialmente no dia do crime e, na ocasião, tinha negado qualquer envolvimento na morte dos pais.
Ao prestar depoimento após ser preso nesta quarta-feira (29), o suspeito não deu detalhes de como cometeu o crime.
“Ele [suspeito] disse que foi sozinho e a pé até o local e a arma já estava em um galpão na propriedade dos pais. Ele disse que teve um surto psicótico e cometeu o crime”, afirmou o delegado.
O delegado ainda informou que Gustavo não deu uma justificativa para o cometimento do crime, mas a polícia suspeita de que a motivação tenha sido por herança.
Segundo Silva, durante o depoimento, o suspeito estava “bem frio”.
A arma usada no crime foi uma carabina de calibre 38. A espingarda foi localizada com três munições e um silenciador, dentro de um saco plástico, em uma represa na chácara de um tio do suspeito.
A delegada seccional da Polícia Civil, Ieda Maria Cavalli de Aguiar Filgueiras, informou que a arma será enviada para a perícia para o confronto balístico e demais análises.
Conforme o delegado Mateus Nagano da Silva, as investigações continuam.
Gustavo foi encaminhado para a Cadeia de Presidente Venceslau (SP).
FONTE: G1 Presidente Prudente